terça-feira, 24 de janeiro de 2012

As magazines...


Neste post eu farei uma comparação entre três revistas que fazem parte do universo dos consumidores compulsivos de mangá, seja no Brasil ou na terrinha do Sol nascente: Jump Magazine, Desenhe e Publique Mangá, Ação Magazine.

Desenhe e Publique Mangá

Há muitos anos atrás existia uma revista publicada pela editora Escala chamada Desenhe e Publique Mangá, em que pobres desenhistas anônimos e mortais podiam enviar histórias em quadrinhos que, após passar por um processo seletivo, eram publicadas.

Essa era a ficha de inscrição com o regulamento e a premiação:

Nomes famosos hoje, como Denise Akemi por exemplo, já tiveram seus quadrinhos publicados por essa revista.

Jump Magazine

Essa aqui todo "otaku" conhece! Grandes mangakas foram revelados pela Jump, como Masashi Kishimoto - autor de Naruto - e tantos outros. Funciona da mesma maneira que a Desenhe e Publique: os aspirantes a mangakas enviam seus trabalhos para a editora Shueisha, ela avalia, a melhor história é publicada, passa por uma pesquisa de popularidade feita pelos próprios leitores, e se tiver boa aceitação, ganham continuidade na revista.

O consumo de manga no Japão é tão grande que sempre tem mercado para essas pessoas. A Jump parece um catálogo telefônico!! Eu tenho duas... me custaram bem caro aqui, mas no Japão é uns R$5,00. Tão barato que é comum comprar e deixar por aí depois (no banco do metrô por exemplo).

O sistema de avaliação do leitor é esse aqui:
Dentro da revista há uma tabela com os nomes das histórias, que após preenchida é enviada para a editora. A editora por sua vez faz a contagem dos votos para decidir qual série continuará na edição seguinte; as histórias que não recebem muitos votos são descartadas e o autor pode tentar a sorte em outra editora.

Nos quadradinhos acima você indica as suas 3 histórias preferidas

Aqui atrás rola a votação, daí você preenche os dados e envia pra Shueisha


Na Jump também rola um sistema de premiação muito bom! Por isso todo mundo quer mandar coisa pra lá. Se não me engano, o premio do primeiro lugar era de 1 milhão de ienes + certificado de mérito, selo comemorativo, e mais uma porrada de coisa...

Ação Magazine

Por último, Ação Magazine - cujo logotipo é uma cópia descarada do logo da Weekly Jump.

Quando eu vi na internet sobre o lançamento da Ação Magazine, tive um olhar preconceituoso mesmo, mas depois eu pensei "Poxa, nada a ver isso. Vou esperar chegar aqui em Vitória, ler e depois sim, tirar minhas conclusões".

Pois bem... comprei meu exemplar em Porto Alegre, quando viajei pra lá. E ainda bem que fiz isso, porque a revistinha só chegou aqui em Vitória este mês!! A editora que publica isso é a Lancaster.

A primeira coisa que me deixou desanimada foi o formato... Por ser parecida com a Jump, esperava que tivesse o mesmo formato e mais páginas. Paguei R$9,90 no trem. Mas beleza, estamos no Brasil e o público é diferente, o custo pra publicar é maior, etc etc. Abri e comecei a ler.

Ação Magazine #001

Antes das histórias começarem, há páginas de propaganda, editorial e panz, normal... acontece que a revista promete que vai revolucionar sua vida, promete que você vai ajudar a melhoria da revista, promete que você sempre será importante (e não cumpre... mas depois eu falo sobre isso).

Poxa! Eu pensei "caraaaaamba, os caras parecem ter sofrido mesmo pra fazer isso. Será que finalmente quem produz mangá terá chance no mercado brasileiro novamente? (Desenhe e Publique) Maneiro! Quero só ver o que tem aqui!" e comecei a ler a primeira história: Madenka! A proposta é legal, a história é bacana, conta com vários personagens do nosso folclore... Mas parece que não foi revisada antes de ser publicada e tive que ler algumas coisas duas vezes para entender direito. As outras histórias da revista não me agradaram muito não, questão de gosto, mas li todas mesmo assim.

No final, há uma reportagenzinha sobre hackers, e na última página os créditos da públicação, site, e-mail, endereço, telefone... Não encontrei nada convidativo de verdade para que eu tivesse ânimo para "me juntar ao novo", para "ser o novo". Fora que na revista já tinha o que seria publicado na próxima edição, ou seja - A panelinha já está formada!

Comprarei o número 002 pra ver se de repente acontece alguma mágica e minha opinião muda... Mas como só vai chegar aqui em Vitória sei-lá-que-mês, talvez eu até esqueça.

Por fim:

Eu gostaria muito mesmo que tivesse uma revista tipo a Jump aqui no Brasil, com premiações legais. O país é gigante, sabe? Não é só São Paulo que gosta de mangá e produz mangá. Não só mangá né.... falo de história em quadrinho em geral, qualquer estilo. A Desenhe e Publique era boa nesse aspecto. Acho uma maneira muito bacana de incentivar a produção cultural e descobrir (e reconhecer!!) novos talentos.

Como o post já tá gigante, vou parar por aqui e ir sujar meus dedos com nanquim... ;)

Até a próxima! o/

4 comentários:

  1. Também só achei a Ação fora do Espírito Santo (i.e., na Liberdade), e só o volume 1. E poxa, que frustração. Esse Madenka é penoso de ler, de se orientar pelos quadros, de entender o que está desenhado, de entender o que os autores quiseram dizer. A "história" parece não ter pé nem cabeça: o menino deixa de vender goiaba pra ser herói de whatever. A cena de ação do protagonista tem um/dois quadros só, depois de dezenas de páginas cansativas. Os erros ortográficos, apesar de propositais, também cansam. O protagonista é muito complicado de se identificar com o leitor. Duvido que muitos leitores gostariam de ser ele: feio, ignorante, burro.

    É frustrante: pagar 10 reais, pensando que poderia haver alguns problemas técnicos na criação do quadrinho, mas quando você começa a ler, você se depara com muitos problemas chatos, a cada página, a cada quadro.

    Das outras histórias, gostei dos conflitos internos e externos do Jairo (namoradinha, o rival Ivan e as Olimpíadas), mas o traço parece "sujo" e o nome do protagonista poderia ser mais atual. Eu detestaria me chamar Jairo xDx
    O Tunado está um tanto tendencioso para quem vive essa paixão por carros e corridas. O protagonista é bem vazio.... tá, os outros personagens também são. Perfeitos mesmos são os veículos, mas eu não quero comprar a revista só para ver carros bem desenhados.

    De resto, li as matérias porque me obriguei a isso, mas não achei nada interessante para quem quer ler quadrinho brasileiro baseado em mangá. Também fiquei perdido quando o Lancaster pede feedback dos títulos, mas pensei que teria algo como a Shonen Jump faz, nem que fosse uma enquete no site, mas não achei nada.

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    1. Pois é, Denis... Eu também me obriguei a ler a revista toda de cabo a rabo pra ver qual seria o objetivo dela.

      Pessoalmente não me senti nem um pouco interessada nela como referência para quadrinhos brasileiros neste primeiro contato. Uma pena! Ela prometeu tanto, né?

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  2. Como vc comprou a revista da jump ? *-* tem pra vender aq no brasil ?? O.o

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    1. Achei duas num sebo por aqui e comprei.
      As outras foram todas presentes de amigos. =)

      Eu já vi umas em sebos lá em Porto Alegre,
      provavelmente encontre em São Paulo também.
      Mas como a Jump é semanal, só vai encontrar
      números atrasados da revista.

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