sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Desenho, nanquim e marcadores

Que saudade senti do cheiro de nanquim!

No Cappuccino anterior mostrei os desenhos resultantes do teste com lápis de cor apagável da Ecole, que a Suco (Caixola) trouxe pra eu ver. Quando fiz os desenhos, já tinha em mente finalizá-los com tinta nanquim, quero dizer, nada de caneta nanquim descartável e sim nanquim líquido.
 
Esquerda: lápis de cor apagável Ecole; Direita: bico de pena e nanquim 

A última vez que mexi com tinta nanquim foi quando inventei moda e fiz aquela caneta de bambu. Há muito tempo não uso bico de pena de metal e apanhei bastante pra que a linha não ficasse tremida desta vez.

Fiz o preenchimento das áreas pretas utilizando um pincel redondo de pêlo de marta. Esses "x" no desenho é usado na linguagem de arte-final para marcar as áreas que serão completamente preenchidas com nanquim.

Sujei meu braço todo fazendo isso!

Quando o desenho vai ser fotocopiado, o resultado sai igual independente do material que você usa no preenchimento de preto; mas quando o processo de finalização conta também com digitalização dos desenhos, pelo menos pra mim, fica mais fácil trabalhar quando o preenchimento é feito apenas com nanquim. Mas acho que isso vai da preferência de cada um...

O que mais gosto da tinta nanquim é o cheiro brilho e o relevo que ela deixa no papel. 

Brilha, brilha, nanquinzinho! ~ ♪

Não dá pra conseguir manchar o papel com aguada depois que a tinta seca completamente, e mesmo querendo colorir com marcadores à álcool, deixei um bom tempo secando. Maaaaaas, acho que não foi o suficiente, pois alguns pontos mancharam mesmo assim! xD

Marcadores Promarker e Magic Color sobre papel branco 130g/m²

O resultado foi esse aí em cima. Fiz umas sobreposições de marcadores de marcas diferentes, e o resultado das misturas ficou bem legal. Por fim, usei a caneta gel branca para corrigir alguns borrões, iluminar um pouco mais, e assinar o desenho. ;)

Até a próxima!


14 comentários:

  1. Ficou bonitão o resultado, Nanika! Parabéns!

    Eu não entendi muito bem o que você quis dizer quando comentou sobre processos de reprodução e o tipo de nanquim utilizado. Qual é o tipo de interferência? O quão preto fica uma mancha feita com nanquim em detrimento às feitas com canetas nanquim diante da exposição à luz do scanner/fotocopiadora?

    Um método que eu uso pra tentar ficar menos suja quando trabalho com técnicas "molhadas" é começar a aplicar o material do canto superior esquerdo e descer até o canto inferior direito (considerando que eu sou destra). Dessa forma evito que meu braço fique passando nos locais que estão com tinta úmida e faz menos sujeira, mas ainda assim as vezes é meio inevitável! ^^

    Enfim, aposto que você manja desses paranauê todo aí... só comentando mesmo! :P

    Mais uma vez, parabéns pelo resultado! Ficou bacanudo! :)

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    1. Obrigada, Sukito!

      Sobre a dúvida: Notei que dependendo do material, o tom de preto escaneado muda completamente e fica difícil igualar os tons depois mexendo em curvas e níveis da imagem, por exemplo. Tem a opção de selecionar a área e pintar de preto, mas convenhamos que é retrabalho. Já na fotocopiadora, o que não é branco é lido como preto... então tanto faz.

      Sobre o método pra finalizar sem borrar: independente de qual usar, vou sujar tudo, vou me sujar, vou sujar a mesa... sou desastrada demais. xD

      Obrigada pelo comentário! rs
      Vou ver se uso esse desenho pra alguma coisa depois.

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    2. Entendi, Nanika!

      Eu reparei essa coisa dos tons de nanquim também, mas acho que em parte o tipo de papel também contribui. Por exemplo, tenho a impressão de que naqueles papeis texturizados que finalizei os ratinhos a tinta fica mais concentrada do que nos blocos que tenho da Filipaper.

      Mas nada disso é comprovado. ^^"

      :D

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    3. Acho que depende muito também sobre como se passa a tinta no papel. Porque a tinta deve se comportar no papel igual molho no macarrão, saca? Se o papel é mais liso, a cobertura é mais fina; se o papel tem textura, a tinta entra nas cavidades.

      Depois podemos brincar de Myth Busters pra descobrir o que de fato acontece entre tinta e papel. xD

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    4. Eu acho que tem tudo a ver metáfora do molho e do macarrão! No papel de textura a tinta não sangrava como sangra no Filipaper 140g/m²!

      Descobri que gosto mais de papel com textura! lol

      Não sei se tenho muito jeito pra Myth Buster, mas topo a brincadeira! XD

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  2. Bom, vamos lá
    Eu gostei do resultado do trabalho. Acho o máximo quem consegue criar. Ainda estou no processo de CTRL C e CRTL V, só que ao invés de teclado é no lápis mesmo. Me sinto uma copiadora..rs Embora, eu amo demais desenhos de observação. Acho que não os largarei nunca..rs.

    Quando usamos o naquim, não dá p/ usar outra tinta depois pq ele pode borrar? Então, pq o naquim é usado p/ finalizar? Confusa... É que iniciei uns estudos com nanquim puro e aguado e nunca pensei em usá-lo com outras tintas ou outros materiais....

    Pode explicar a metáfora do molho e do macarrão de novo?..rs

    Abs

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    1. Ei Silvia! Vamos que vamos!
      Fazer desenhos de observação e cópias não é uma coisa ruim. Tudo isso fica gravado na nossa cabeça como repertório visual e vai chegar uma dia que de tanto desenhar uma coisa, você já não precisará mais de um modelo pra desenhar a coisa de novo.

      O negócio do nanquim é o seguinte: pra passar outra tinta sem manchar, ele precisa ter secado completamente. Quando a tinta nanquim ainda está úmida, dá inclusive para fazer aguadas, mas depois que ele secar, já era! Nanquim é usado para finalizar por ser uma tinta de boa cobertura, por ser impermeável (depois de completamente seca), por ser resistente, etc etc... ;)

      Existem vários tipos de macarrão, certo? Cada um possui uma textura diferente e, em função dessas texturas, absorvem mais ou menos molho. O espaguete, por exemplo, tem a superfície toda lisa e o molho fica só por ali; já o macarrão parafuso prende um montão de molho nas voltinhas que faz. Quando a gente passa tinta num papel liso (layout, por exemplo), a cobertura é superficial e a tinta não entra muito na fibra; quando entintamos um papel mais texturizado (os próprios para desenho artístico, por exemplo), a tinta penetra nas cavidades do papel.

      Pouca gente se atem a isso, mas até mesmo nas resmas de papel sulfite que compramos para impressora há um lado da folha mais liso que o outro - que é o lado preferencial para impressão. Essa informação consta na embalagem do produto.

      Abs

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  3. Hummmm.... Entendi Nane. Realmente nunca me atentei ao lado da folha de sulfite. Bom saber. Ficou bem claro o "negócio do nanquim". Esses dias fiz um desenho com aguada e fiquei morrendo de medo de borrar, mas acabou dando certo. Tem sido bom e divertido experimentar livremente o nanquim. Quero experimentar também com lápis aquarelável e permanente. Iniciar uma mistura de técnicas...
    Obrigada pelos esclarecimentos.
    Abs

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    1. Ei Silvia! Por nada, imagina.
      Achei bem interessante aquele chapéu que você fez com aguada de nanquim. Sobre trabalhar usando técnicas diferentes e mistura entre elas, tenho um livro muito legal sobre o assunto, que você já deve conhecer, chamado Materiais e Técnicas - Guia Completo.

      Aguardo suas experimentações! o/

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  4. (Se prepare Nane chan, pq vou lotar sua caixa de emails com tantos coments xD)

    Ah, que bom q vc pensou em finalizar esse desenho! Ficou mais bonito ainda <3
    O céu do desenho vc fez pintou com marcadores? Pq nem parece!

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    1. (Hahahhaha de boa! Eu desabilitei o recebimento de e-mail)

      Usei marcador para fazer o céu sim, Promarker - Pastel Blue (C719). É um azul bem clarinho, lindo lindo lindo! Eu gosto muito da cobertura uniforme dos marcadores Promarker...

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