sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Outro Gentleman

No Cappuccino anterior, falei um pouco sobre o processo de criação de uma personagem baseado em um conto que li. Também mostrei dois estudos de cor utilizando materiais diferentes, e prometi uma terceira versão. Desta vez, usei marcadores hidrográficos e à base de álcool.

E acho que já chega!

As texturas da roupa foram feitas com aqueles marcadores de ponta fina (0.4mm). Eles são bons para escrever e fazer detalhes num desenho, só que é preciso ter cuidado com umidade, pois são hidrográficas e podem manchar.

Este último "Gentleman" já está com estilo mais cartum, e logo imaginei a personagem dentro de uma animação. Depois de ter escaneado o desenho, achei que o tiozinho ficou parecido com a personagem Disney Maurice, pai da Bela (A Bela e a Fera, 1991).

Até! o/

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Gentleman


No período em que escrevi meu Projeto de Graduação, li apenas livros voltados aos assuntos que abordei no trabalho. Li alguns mangás para relaxar, claro, mas nenhum livro de ficção. Dias atrás, morta de saudades do Sherlock Holmes, peguei um conto pra ler: "O cliente ilustre". Quando terminei a leitura, tive vontade de desenhar uma personagem baseada no ambiente da narrativa.

O resultado foi esse aí.
(meu primo achou a cara da mascote do jogo Monopoly)

O desenho foi feito no sketchbook e eu quis "salvar" o original antes de pintar, daí escaneei, tratei a imagem para realçar as linhas, e imprimi duas cópias em preto e branco - uma no formato A5 (pra testar possibilidades de material) e outra no A4 (pra trabalhar com pastel oleoso).

Cópia escaneada e impressa.

A primeira versão colorida foi feita com lápis de cor sobre aquele papel com textura que usei nos trabalhos com pastel oleoso, no formato A5. Não defini previamente uma paleta de cores para a personagem, mas tentei utilizar o maior número possível de tonalidades de lápis que tenho na gaveta.

Faltou um trevo de quatro folhas no chapéu, né?

Achei que o papel deu um efeito muito bonito no desenho, e que as cores usadas até ficaram legais... só não gostei muito desse monte de verde na roupa dele. Quem em sã consciência usaria uma cartola verde? Só um leprechaum né? Sabe quando você gosta, mas ao mesmo tempo não gosta? Não que eu não goste de leprechaum, mas é que no desenho eu queria que blá blá blá bláblá blá...
...
Aí hoje trabalhei na segunda versão utilizando tinta (aquarela líquida e em bisnaga, nanquim), caneta hidrográfica azul e caneta gel branca sobre papel liso (lay-out).

Mudou um pouquinho...

Repeti neste segundo estudo coisas que achei que funcionaram bem, como o colete na cor vermelha e os botões dourados, por exemplo. O contorno da figura com linha preta criou no segundo desenho uma atmosfera bem diferente do primeiro.

Comparando os dois, assim lado a lado, fica parecendo uma passagem de tempo do personagem - ele jovem x ele coroa. Hehehehe. As manchas da aquarela no desenho dão impressão de desgaste, sei lá. Também fica parecendo um contraste entre o fazendeiro rico e o homem elegante da cidade.... Não posso dizer qual ficou melhor ou pior, porque são materiais e técnicas distintas (com características e limitações diferentes), mas dá pra viajar bastante tentando estabelecer relações entre os resultados.

Talvez, numa possível terceira versão, eu faça tudo diferente. Comprei umas canetinhas hidrográficas de ponta fina para testar, e pode até ser que as use no próximo estudo. =D

E aí, o que achou?
Até a próxima! o/

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Mario - Pastel Oleoso

No post anterior, falei sobre minha primeira experiência com pastel oleoso - material artístico em bastão feito com de pigmento, cera e óleo - e fiquei devendo um vídeo decente do processo de colorização. Como passei algumas horas do fim de semana jogando Mario com Sr. Momotaro, escolhi o encanador mais famoso do mundo como tema do novo estudo.

*cantarolando a musiquinha*

/!\ Observação importante: ao utilizar produtos fortes como solventes, procure trabalhar em local arejado, protegendo suas vias respiratórias com máscaras. Não é aconselhável passar muito tempo mexendo com isso, então faça pausas! ...E claro, mantenha fora do alcance de crianças e bichinhos de estimação!

Os materiais utilizados: giz pastel oleoso (Pentel), papel branco com textura de tela 240g/m² (Filiart Renaud), solvente aguarrás (Lukscolor), pincel chato de pelo de marta nº12 (Tigre), e paninho multiuso. 

Antes e depois.

Depois do solvente, realcei texturas e áreas de sombra e luz passando mais pastel por cima do desenho. Lápis de cor pode ser utilizado em áreas pequenas para acabamento. O cenário não foi mostrado no vídeo, mas o processo de pintura é o mesmo do personagem.

Alguns detalhes de textura do papel x quantidade de material aplicado sobre ele.

E atendendo ao pedido do Sr. Momotaro, edito o post acrescentando detalhes da pintura. Observe que a textura do papel é mais evidente onde há menos tinta, enquanto as áreas com maiores camadas ficam quase lisas. Devido a concentração maior de óleo na composição, o bastão de pastel gasta muito rápido, daí usar solvente para mesclar as cores acaba "economizando" o material no preenchimento dos espaços em branco. ;)

Fico por aqui.
Até a próxima! o/

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Princesa Pastel

Material novo! yeah! \o/

Aquele que já ganhou uma daquelas maletinhas de desenho que vinha com canetinha, lápis de cor, tinta guache, giz de cera e pastel oleoso quando era criança, levanta a mão! (^-^)/ Hoje essa maleta custa uma fortuna, mas no meu tempo (falou a velha agora) custava uns R$15 - se bem que a pessoa que tinha R$15 naquela época fazia a festa. O negócio é que eu usei tudo daquela maleta até estragar, mas o que menos gastei foi o giz grudento, que eu usava pra pintar o cabelo das bonecas.

Bom, o tempo se passou e, agora que sou uma pesquisadora chinfrim de materiais e possibilidades artísticas, precisei descobrir o funcionamento dessa birosca de pastel oleoso! Três coisas me deram coragem para inve$tir numa caixinha: 1) o livro sobre materiais e técnicas artísticas que comprei ano passado; 2) o post sobre pastel oleoso do blog do Heitor; 3) e o evento "amigo desenho"¹, no qual queria utilizar técnica e material inédito para presentear os meus amigos.


Vamos ao que interessa:
Muita experimentação neste post! Pra começar a lista de materiais, vem a estrelinha de hoje: pastel oleoso da Pentel; em seguida, papel A4 com textura de tela da Filiart Renaud, 240g/m²; solvente (usei aguarrás); e por último, não menos importante, o esboço.

Ingredientes básicos do Cappuccino de hoje

Tenho um amigo que de vez em quando me pergunta se já usei terebentina em algum desenho ou teste, e minha resposta sempre foi "não, nunca usei". Como ele gosta de animações Disney, e desta vez usarei um solvente que dá no mesmo, escolhi como motivo do desenho algo no estilo princesa Disney. Espero que ele goste!

O rascunho do desenho foi feito em papel sulfite 75g/m² e passado pro papel com textura de tela à lápis com auxílio da mesa de luz. Em seguida, defini todas as cores base do desenho passando uma camada de giz pastel oleoso sobre o papel. O vídeo abaixo mostra um pedaço disso.

Suco, pode ver sem medo... tá sem áudio.

Depois de preencher todas as áreas, o desenho ficou feio assim:

Princesa Trubufu!

Nessa parte é que entra o solvente. Tanto aguarrás quanto terebentina são usados para diluir ceras e tintas, e podem até dar efeito de lavadas de aquarela em tinta a óleo. Eu nunca fiz isso, mas soube por fontes confiáveis sobre essa possibilidade. Esses solventes podem ser encontrados em pequenos frascos nas papelarias que oferecem material para artesanato. No meu caso, filei um pouco de aguarrás (Luksnova) da lata que meu pai tinha guardado, e não faço ideia do preço dessas coisas.

Veja a mágica acontecendo no vídeo a seguir:


Vídeo curtinho... se piscar, perde!

Depois disso, a bateria da câmera foi pro saco e não consegui registrar todo o processo, mas posso descrever algumas etapas seguintes. Após mesclar as cores com o pincel umedecido no solvente, voltei a trabalhar com o pastel por cima do desenho, a fim de trabalhar melhor luz e sombra.

E ficou assim.

O bastão de pastel oleoso não possibilita trabalho com detalhes, e para resolver isso em áreas menores como olhos e narinas, usei lápis de cor. O que eu mais gostei foi da textura de tela do papel... Acho que para esse tipo de técnica serve perfeitamente.

Um detalhe do trabalho no rosto da Princesa Pastel.

Por fim, o resultado dessa bagunça toda:

Tentei escanear, mas dá pra ver melhor a textura no desenho fotografado.

Fiquei um tempão aqui organizando o post, mas não sei se as coisas que eu disse fizeram algum sentido. Esta é a primeira vez que mexo com pastel oleoso para o fim certo, então se você tiver experiência com o material, dicas/sugestões nos comentários da postagem são super bem-vindos. =D

Também foi a primeira vez que usei o papel com textura de tela, e acredito que trabalhos com crayon fiquem super lindos nessa superfície. No geral, gostei da experiência e pretendo repetir mais vezes, inclusive, no desenho para meus amigos secretos do grupo de quadrinhos da Ufes.

Até a próxima! o/

_______________________________
¹- É uma espécie de "amigo secreto" do grupo de pesquisa em quadrinhos que participo na Ufes. Colocamos nossos nomes em papeizinhos e o presente é um desenho do colega sorteado. É uma brincadeira muito divertida e todos saem felizes com suas caricaturas.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Férias e canetinhas hidrográficas

Primeiro post do ano, uhuuuul!\o/
E aí, como foi o período de festas? Fez os pedidos e promessas para o novo ano? Eu esqueci de fazer uma boa parte das coisas tradicionais distraída com os fogos de artifício da virada. Foram tantos, cada um mais lindo que o outro, que eu acabei esquecendo do negócio das lentilhas, romã, 7 ondas...

Passei alguns dias de "férias em família" e agora voltei pra casa e vou começar a maratona de faxina no quarto, ver o que precisa comprar, trocar, doar, reformar. Deixar minha estação de trabalho certinha até o fim do mês, e poder, além de trabalhar melhor, colocar em prática umas ideias que tive pro Cappuccino.

Toda vez que tem feriado prolongado ou um período de férias coincidente, o pessoal da minha casa se enfia no carro e parte rumo a um povoado perto de um Farol. Lá é praia de mar aberto e tem de tudo um pouco: tubarão, raia, golfinho, tatuí, marisco, muita areia, corujas, camarão... Um paraíso para quem busca sossego, e um inferno para quem depende de internet para sobreviver.

O vento batia com força no sketchbook e eu riscava tudo sem querer.

Sabendo mais ou menos o que me esperava por lá, tratei de colocar na mala o kit básico de sobrevivência de todos nós - papel, lápis, borracha, caneta nanquim, lápis de cor e canetinhas hidrográficas -, e aproveitei para explorar as possibilidades do que levei.

Usei os poucos momentos que tive para desenhar testando canetinhas hidrográficas escolares. Há algum tempo, fiz este desenho utilizando o estojo que comprei ano passado com 36 cores, e, pensando no resultado obtido nesse exercício, explorei mais mesclas de cores e formação de paletas.

Fiz esse desenho depois de assistir a um programa educativo
muuuuuito legal chamado "Deu a louca na História".
(Passa no canal TV Escola)

Sobre formação de paletas: "Formar uma paleta" é um nome firulento pra "escolher cor". Costumo decidir as cores na medida em que vou pintando um desenho, mas no desenho acima experimentei escolher a paleta completa antes de colorir o flautista. Notei que, embora existam limitações, definir a paleta previamente permite resultado mais objetivo.

Recomendação: É sempre bom criar uma tabela das cores dos materiais que você possui para poder consultar depois. Uma dificuldade que enfrento constantemente é julgar a tinta pela cor do tubo da caneta. Muitas vezes a cor da embalagem não condiz com o real pigmento da tinta. A cartela de cores ajudar muito a não cometer erros.

Assim como os marcadores Tombow e Sakura, as canetinhas hidrográficas também se misturam quando tons diferentes são sobrepostos. O efeito de mescla, no entanto, é brusco, mas com um pouco de teste e paciência, é possível criar efeitos legais.

Outro desenho que fiz para este post, e que acabou virando o banner do mês de janeiro:

Sou eu na praia.
Desculpa a qualidade ruim das imagens, lá não tinha scanner, então fotografei.

Tenho registrado em vídeo todo o processo dele, desde rafe até colorização. Fiz uma edição porca das etapas com velocidade aumentada 5x. Só que não tinha muita estrutura pra gravar direitinho, então mais uma vez peço desculpas pelo vídeo terrível, filmado por ângulos difíceis (sobretudo a etapa de colorização, que minha mão tapa o desenho o tempo todo).

(Suco, assista ao vídeo com o áudio desligado)

O objetivo era mostrar que conseguimos resultados legais pintando com hidrocor escolar; mostrar que dá pra mesclar cores, inclusive as que são diferentes - usei rosa e amarelo no cotovelo. Lembra do que eu falei sobre a paleta de cor? Pode ser observado no vídeo acima, lá na parte de colorização (3:06), que consulto a tabela no sketchbook várias vezes para conferir se a cor que eu peguei realmente é a que queria usar. E por fim, voltar na minha fala de sempre de que não é o material que faz o artista.

Desejo um excelente 2014 pra você, cheio de experiências, testes, rabiscos, ideias... E que possamos continuar crescendo juntos e descobrindo coisas novas.

Abração e até a próxima! o/