segunda-feira, 30 de junho de 2014

Casa de Ferreiro... estojo de acrílico.

Engraçado como as coisas "brotam" na sua cara quando você menos espera, né? Há anos eu ensaiava comprar um godê, e usava provisoriamente uma forma de gelo - que constantemente era levada de volta à cozinha por engano. Mas e quando você quer levar seus materiais de desenho pra passear? Ir num parque desenhar ao ar livre, ou levar suas coisas pra uma tarde na casa dos amigos... Não rola levar uma forma de gelo gigante!

Na ocasião do aniversário da minha mãe, um dos presentes foi uma caixa daqueles chocolates gostosos recheados com avelã, e vi na embalagem dos bombons um grande potencial para estojo de desenho/pintura.

Deliciosos bombons.

Bom, daí quando os chocolates acabaram, mendiguei a embalagem pra mim, para servir de estojo de transporte. Isto é, quando quero levar pinceis, tintas, lápis e outras coisas pra lá e pra cá, carrego dentro da caixa de acrílico.

Estojo + godê.

Meus problemas acabaram! A embalagem de acrílico é resistente e o suporte dos bombons é lavável, então dá pra usar aquarela tranquilamente neles. Na hora de guardar, não corre o risco de sujar os materiais, pois a tinta fica por cima de tudo, e a caixa não é do tipo que abre sozinha.

Claro que você não vai comprar uma caixa desse bombom só pra ter um estojo, mas fica a dica do que fazer depois do chocolate acabar. ;)

Até a próxima! o/

terça-feira, 24 de junho de 2014

Cipreste Triste da Agatha Christie e outras histórias

Quase um trava-línguas este título, né? Eu mesma tenho dificuldade em falar isso rápido... Sai "cipestre tristre"... que seja! Hoje vou falar sobre como uma boa leitura pode influenciar no seu humor pra desenhar.

Não é segredo pra ninguém que eu gosto de ler romance policial, e dentre meus autores preferidos está a Agatha Christie. Nos últimos 15 dias peguei dois livros dela pra ler, um é o Cipreste Triste, e o outro (dado pra mim de presente de aniversário pela Suco) foi Os Crimes ABC; ambos estrelados pelo detetive fictício, Hercule Poirot.

Os livros que tenho são da coleção de bolso da editora L&PM.

O que mais me chamou a atenção nos dois livros foi a fuga da busca pelo culpado. No Ciprestre Triste, Poirot é procurado para provar a inocência de uma moça condenada por assassinato, e em Os Crimes ABC, é mais ou menos parecido com Death Note... não terminei de ler ainda.

E daí?
Me senti muito empolgada quando estava lendo Cipreste Triste, tentando adivinhar o final, essas coisas, e depois que terminei de ler, senti vontade de desenhar algo que representasse a narrativa. A capa de um livro é bem isso, né? Você olha pra ela e encontra o resumo da história inteira, mas as relações entre capa e narrativa só fazem sentido depois que você lê tudo (a galera que já leu sobre/estudou semiótica entende o que eu quero dizer).

Enfim, me empolguei com o livro, reuni os elementos que considerava importantes, e fiz isto:

Elinor Carlisle - personagem fictícia do livro Cipreste Triste (Agatha Christie)

O desenho acima é a minha visão sobre uma das personagens principais do romance, a acusada pelo crime de assassinato. Usei lápis de cor escolar e tinta nanquim sobre papel vergê cor-de-salmão-grelhado (me disseram que o nome certo desta cor é "coral").

ABC
Também estou me divertindo com este livro, e faltam apenas algumas páginas pra terminar. Desta vez, não me apeguei na história em si para desenhar, mas nos personagens detetive Poirot e seu amigo Hastings - o narrador da aventura.

Poirot é o baixinho da esquerda; Hastings, o outro.

Ainda está no esboço à lápis, e não tenho previsão para terminar por causa da rotina puxada de trabalho. Neste meio tempo, toda sugestão de material para usar na arte final será bem-vinda. Quando tiver pronto, faço um Cappuccino com o resultado.

Moral da história... se é que tem.
Bloqueio criativo não é uma macumba que jogaram na gente, e sim algo muito comum de acontecer, por inúmeros fatores. Por outro lado, um surto criativo pode vir do nada também, assistindo a um filme, ouvindo uma música, ou, como no meu caso, lendo alguns livros. =D

Agora com licença, vou ler mais um pedaço dOs Crimes ABC e dormir.
Até a próxima! o/

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ovelhas de aniversário

Semana passada ocorreu o meu aniversário, um evento anual que raramente é comemorado. Ano passado, no entanto, tive vontade de planejar uma festinha para este ano, mas comecei a trabalhar e não tive tempo pra nada. Quando dei por mim, junho estava batendo à porta, e a Copa... bom, deixemos a Copa pra lá.

O fato é que, por incrível que pareça, meu aniversário não passou em branco. Foi comemorado tanto no trabalho (o que pra mim foi uma surpresa enorme) e em casa, com meus amigos mais próximos e família.

Meu aniversário na empresa
Estou na empresa há pouco mais de 3 meses, e nunca imaginei encontrar algo tão caloroso no trabalho no dia do meu aniversário. Quando cheguei, dei de cara com um gigante "Parabéns Mariane!" no quadro. Além disso, dois colegas me desenharam. Novos talentos revelados naquele dia! Fiquei muito feliz!! 

Escrito pelo gentil Sr. W antes da minha chegada à sala.

À esquerda, minha caricatura feita pelo Sr. M | à direita, minha caricatura feita por Senhorita V.

Uma das minhas atividades no trabalho é fazer charges semanais internas com acontecimentos marcantes da semana. Na semana do meu aniversário, porém, quem se encarregou da tarefa foi a Senhorita V. Quando vi o desenho no mural, me segurei igual gente grande para não chorar.

Desenho da Senhorita V.

Foi um dia bem legal e eu saí de lá bastante contente, doida pra chegar em casa e contar pros meus pais o que tinha acontecido no trabalho. É bom poder trabalhar com pessoas tão legais assim.

Meu aniversário em casa
Como meu aniversário caiu num dia útil, a comemoração com família e amigos só foi possível no sábado. Não teve feeeeeesta, mas teve um bolinho e um montão de conversa jogada fora. Sr. Momotaro, Bis e Suco passaram o dia inteiro comigo, fiz uma panela imensa de yakisoba, e desenhamos todos juntos.

Suco tem um aplicativo mó legal no tablet que sorteia coisas pra desenhar (coisa, gênero, traje, ação, etc). Eu não sei o nome, mas peço encarecidamente que ela deixe informações sobre o aplicativo nos comentários. O primeiro tema sorteado foi "desenhar uma ostra fêmea chofer (motorista)", ou seja, impossível!! xD Resolvemos, por unanimidade, que teríamos novo sorteio, que resultou em "desenhar ovelha macho usando kimono japonês". Muito melhor, não?

Não consegui registrar as ovelhas da Suco e do Bis, porque tivemos que liberar a mesa para a vinda do bolo. Mas deixo aqui minha ovelha e a do Sr. Momotaro.

Atualizado com ovelha da Joyce (superior esquerda), 
a do Sr. Momotaro (superior direita) e a minha (abaixo).

 
Atualizado com a ovelha do Bis! \o/

Foi divertido demais desenhar algo assim do nada! A gente teve oportunidade de pesquisar referência com os smart-coisas, mesmo assim foi um desafio e tanto para resolver em poucas horas. O mais legal foi ter um monte de opções de materiais para usar nos desenhos, pois além das coisas que tenho aqui, meus amigos trouxeram o arsenal portátil deles.

Quero mais dias assim. Obrigada a todos os envolvidos!
Até a próxima! o/ 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Curupira

Quem acompanha o MDC sabe que o tema do mês de maio foi Folclore Brasileiro e, provavelmente, já viu o Curupira (conhecido como Caipora em alguns lugares) que fiz para o desafio. Também deixei por lá um resumo do processo criativo, materiais usados, técnicas, dificuldades... Essas coisas de sempre. No cappuccino de hoje, vou deixar a versão estendida da coisa toda, com algumas fotos do processo (a galera gosta de ver, que eu sei! xD).

Primeira etapa, sempre: pesquisa!
1. Fui atrás das várias versões sobre Curupira/Caipora, lendas, origem do nome, diferenças regionais... Saber a história de alguma coisa - neste caso, uma personagem - é muito importante para seu desenvolvimento pictórico. Isto é, a gente precisa de embasamento teórico para conseguir representar visualmente.
Das que eu achei, a que mais me chamou atenção pela simplicidade e alguns absurdos, foi esta aqui. Quando li "De acordo com a lenda, ele adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma também levar crianças pequenas para morar com ele nas matas." lembrei do Peter Pan.
2. Procurei referências visuais de representações existentes dessa personagem. Isso te ajuda a ter noção do que não deve faltar, porque o de todo mundo tem; e o que ninguém faz, que pode ser o seu diferencial.
 Algumas das imagens que usei de referência.

3. Quando notei o padrão indígena na origem do nome, na ligação da personagem com o ambiente mais selvagem, e nas representações, também fiz uma busca de imagens para crianças indígenas envolvidas em algum tipo de interação com a natureza.
 Cada foto mais linda que a outra... Santo Google!

Segunda etapa: desenvolvimento.
Aqui é a parte autoral da coisa toda. É quando a gente pega papel de rascunho e rabisca descompromissadamente as possibilidades. Fiz muitos estudos, inclusive na minha agenda do trabalho entre um "job" e outro! (Olha eu, metida a besta, usando gíria de publicitário xD)

Depois que você rabisca tudo que tem direito, escolhe o que ficou melhor resolvido dentro da proposta e segue como "partido adotado". Aí sim é hora de fazer o esboço definitivo, arte final e colorização. No meu caso, optei por trabalhar o Curupira como uma personagem aventureira e brincalhona, que protege seus amigos (animais, crianças, natureza, etc), e capaz também de ser perigoso aos seus inimigos.

Meu partido adotado. Me deixei levar pela impressão "Peter Pan".

Terceira etapa: finalização.
No começo, estava inclinada a finalizar o desenho com lápis de cor e até desenhei em formato reduzido (20cm x 20cm) pensando nisso. Acontece que, do dia que terminei o esboço até o dia que finalizaria, tive contato com alguns trabalhos em aquarela, e isso me influenciou na mudança de técnica.

Contorno: caneta nanquim Uni-pen 01/ Cores: aquarela bisnaga Pentel e aquarela líquida Ecoline
Pincel: redondo orelha de boi e pêlo de marta, numeração variada/ Papel: Canson Layout 180g/m².

Meus trabalhos costumam ter a linha de contorno bem mais pesadas (mais grossas) do que a utilizada no Curupira acima. Isso me causou um pouco de estranhamento, e por isso optei trabalhar mais contraste em algumas áreas usando lápis de cor de tons marrons, amarelos e vermelhos.

Versão finalizada do Curupira/Caipora. 
Para visualizá-lo na galeria do DeviantArt, clique aqui.

Quarta etapa: reflexão sobre o trabalho.
Chegamos aos finalmentes... Hora de sentar, olhar pro desenho, contar as dificuldades e tirar conclusões. E bom, dificuldades eu tive várias! A maior delas foi conseguir torcer os pés do Curupira, e não sei se fui tão feliz no resultado. No momento acho que tá bom, talvez o melhor pé que eu já desenhei na vida... mas ano que vem posso morrer de vergonha disso. Tentei pensar no encaixe dos ossos e de como a musculatura se envolveria neles, além de procurar o novo ponto de equilíbrio que isso geraria.

Além das dificuldades na anatomia, faltou ter em casa papel específico para trabalhar aquarela. O papel que usei é bom para uso de marcadores e nanquim, mas a superfície lisa dele atrapalha um pouco a condução da tinta. Em outras palavras, a gente precisa cortar um dobrado!

Para não dizer que só tive problemas, vou confessar que, de modo geral, gostei do resultado. Pude relembrar as aulas de desenho de anatomia dos tempos de faculdade, tive oportunidade de trabalhar e estudar algo mais complexo, me diverti e gerei mais uma peça legal pra por no portfólio. \(^.^)/

Encerro por aqui. Obrigada por acompanhar o processo criativo e espero que tenha ajudado de alguma forma em seus projetos atuais ou futuros. Ah, e não deixe de participar do MDC, vale a pena! Até mais! o/