domingo, 29 de maio de 2016

Chapolin Colorado

Oh! E agora quem poderá me defender?

- Eeeeeuuuuu!!!

Acredito que Chapolin dispensa explicações. Se por acaso não conhece, bom.... Eu digo que é uma das séries mais divertidas que já vi! Das criações do Bolaños, Chapolin é de longe a minha preferida. Reassisti recentemente alguns episódios da série e, agora com conhecimento para avaliar a complexidade da criação do personagem, me senti muito inspirada para desenhar.

Pensei: "poxa, o Chapolin bem que poderia ter um desenho animado igual fizeram para o Chaves...." E quando me dei conta, estava na varanda de casa, com um monte de materiais de desenhos espalhados no chão, estudando poses e expressões em função das falas mais marcantes.

Quando criança, não entendia a palavra "astúcia" e pensava que ele falava "túcias".

O primeiro estudo foi feito no sketchbook usando brush pen nanquim, marcadores Promarker, marcadores Bic, lápis de cor vermelho, e caneta gel branca. Achei que fosse parar por aí mesmo. Tirei uma foto, postei no Instagram e, quando fui colocar o sketchbook de volta na mesa, vi o bloco papeis coloridos que tinha comprado há 2 semanas.

Na segunda sequência de desenhos, usei papel vermelho 120g/m², brush pen nanquim, marcador Promarker cinza, lápis de cor branco, e caneta gel branca.

Estudos no papel vermelho

Gostei do resultado do estudo das expressões corporais, mas não fiquei satisfeita com a falta de contraste no fundo vermelho. Fiz um teste com os marcadores da Tombow pra ver se a cor da tinta sobressaia no papel amarelo, e tendo resultado positivo, concluí a bateria de estudos lá.

Resultado no papel amarelo

Usei brush pen nanquim, marcadores Tombow, lápis de cor vermelho, caneta gel branca e tinta guache branca.

Apesar de ter pensado inicialmente em uma proposta de personagem para desenho animado, depois de pronto, achei que combinou mais história em quadrinhos. Não só por ter usado elementos de linguagem específicos de HQ, mas pelas expressões que usei, arte final e colorização.

Desenhar personagens de séries, de jogos, ou de livros é uma prática que gosto muito. Exercita o cérebro que é uma beleza! Indico a experiência. =)

Até a próxima! o/
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Para quem se interessa em construção de um personagem, seja para criação ou análise, vou deixar uns links com artigos relacionados:

domingo, 22 de maio de 2016

Lettering: um estudo saboroso


No cappuccino de hoje vou mostrar o resultados de estudos que fiz junto com o Sr. Momotaro dia desses. Eu o tinha convidado para desenhar comigo, testar uns materiais, só que não tínhamos em mente o que exatamente poderíamos fazer. Ele então sugeriu estudo e produção de lettering.

Achei a ideia excelente! Mas ficou um olhando pra cara do outro esperando um tema para desenvolver o estudo. Mais que um tema, precisávamos de palavras ou frases que tivessem sentido. Nomes de filme, de livros, trechos de músicas... Fomos falando categorias de adedonha até chegarmos na brilhante ideia de usar nomes de comida.

Foi exatamente assim que aconteceu

Preparativos
Primeiro, escrevemos vários nomes de comidas que achamos engraçados numa espécie de lista. Depois recortei os nomes e dobrei para que pudéssemos fazer um sorteio.

Eu peguei "coxinha com catupiry" e ele ficou com "bolo de cenoura".

Olhamos referências em sites como Pinterest e Behance, tanto para ver trabalhos já existentes nessa linha, quanto para termos uma base de como iniciar a atividade. A fim de conseguir uma estrutura mais equilibrada no desenho das letras, imprimimos uma grade quadriculada (parecida com aquelas folhas de caderno de matemática do 1º ano, lembra?) para usar sob o papel.

Quem não tem impressora em casa, pode fazer manualmente com uma régua, marcando toda a folha de papel em intervalos de 5mm, vertical e horizontalmente. Depois passa caneta preta para deixar as linhas bem evidentes. Pode fazer também em formatos reduzidos e carregar sempre com você dentro do sketchbook!



Nossa grade auxiliar.

Processo criativo
No primeiro sorteio, trabalhamos visualmente as letras para que as palavras se parecessem com as comidas que representavam. Acompanhe o processo nas imagens a seguir.


Rafes

Fizemos arte-final em outro papel, usando mesa de luz para fazer essa transferência. Sr. Momotaro usou caneta nanquim para as linhas de contorno das palavras, optando por colorir depois; eu fiz as linhas de contorno das palavras usando lápis de cor já nas cores que imaginava para preenchimento.




Cada um de uma vez na mesa de luz. rs

Depois do revesamento, cada um voltou para sua estação para trabalhar mais livremente a finalização colorida. O uso de material foi livre, não restringimos nada, não combinamos nada... poderia usar qualquer coisa que estivesse ao alcance. Os itens mais usados foram nanquim, lápis de cor, marcadores, caneta gel branca e tinta guache branca para acabamentos.

Colorização

No primeiro estudo a gente trabalhou bastante as cores e os materiais pensando em representar as texturas das comidas, as cores reais... No "bolo de cenoura", a palavra "bolo" foi desenhada com profundidade (em perspectiva) para lembrar pedaços de bolo, bem fofinho, com cobertura de chocolate; e a palavra "cenoura" ficou mais orgânica, delicada, e foi colorida em laranja. Na "coxinha com catupiry" tentei deixar a primeira palavra bem gordurosa! XD Quis reproduzir a textura da massa frita da coxinha, enquanto dava contraste na palavra "catupiry", explorando todo o derretimento que o queijo pode proporcionar.

Resultados do primeiro estudo

Depois disso, repetimos o sorteio e, coincidentemente, nós dois tiramos comida oriental! Confira na imagem abaixo como ficaram "rolinho primavera" e "yakisoba misto".

Já finalizados.

No segundo estudo, Sr. Momotaro trabalhou mais com o significado das palavras do que com a referência ao prato. Ou seja, em vez de algo que lembrasse um pastel cilíndrico, ele usou ornamentos cacheados e flores. Eu mantive a brincadeira com as palavras lembrando a comida, usando um desenho que lembrasse macarrão para escrever "yakisoba".

Conclusão
Foi um estudo gostoso! Trocadilhos à parte, gostei muito da experiência e achei divertido desenhar letras dessa forma. Não é algo que estou acostumada a fazer, então curti bastante pesquisar e praticar um pouco.

Conta aí, você já fez algo parecido? (^-^)

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Dica da Nane
Sabe, quando não se está com muita criatividade para escolher um tema para desenho, podemos sorteá-los, por que não?! Faça uma lista de várias coisas que você gosta ou que fazem parte do seu cotidiano. Aí, recorta tudo, dobra e guarda numa caixinha. Sempre que estiver se coçando pra desenhar e não souber o que fazer, recorra a esta caixinha e sorteie alguma coisa.
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Post relacionado:
Suco e Lettering

sábado, 14 de maio de 2016

Lápis metálicos

Nós, viciados em práticas artísticas, principalmente as visuais gráficas, temos uma espécie de prazer em comprar artigos de papelaria. Passamos em frente de uma e pensamos "Ah, vou dar uma olhadinha só pra ver se tem alguma novidade." Se identificou? Pois é... semana passada comprei mais um bloco de papel colorido.

Agora tenho 3 marcas diferentes do mesmo produto na gaveta. xD

As três marcas que tenho são diferentes em qualidade e gramatura do papel, uma ruim e fina; outra regular e mais pesada; e a terceira, muito boa com 120g/m². Para o post de hoje eu queria ter feito uma comparação entre as marcas, mas fiquei tão empolgada com meus lápis metálicos, que o foco mudou.

Queria testar as cores em papel preto, e parecido com o que fiz no Ih...deu branco!, fiz um desenho usando esse material. O tema que escolhi para o desenho foi Hercule Poirot, detetive personagem dos romances policiais da Agatha Christie. É o gênero que mais gosto, e no intervalo entre um livro teórico e outro, procuro alguma novelinha dessas para relaxar.

Antes do desenho, peguei um pedaço de papel preto e fiz uma paleta com as 12 cores disponíveis. Além dos lápis metálicos (os meus são da Faber Castell), usei lápis de cor branco (Eco Multicolor) e caneta gel branca (uni-ball da Mitsubishi).

Material assim não fica bom digitalizado =P

Como podemos observar no comportamento gestual acima, quanto mais apertamos o lápis no papel, mais "claro" ele fica; e, quanto menos força (ou camadas sobrepostas) aplicamos, mais o papel sobressai, deixando a área mais "escura". Estamos acostumados com o contrário, pois na maioria das vezes trabalhamos com papeis mais claros. Nas superfícies mais claras, as áreas iluminadas correspondem aos locais em que não há muito pigmento dos lápis.

A teoria é linda, mas me atrapalhei completamente colorindo o desenho que fiz. 
Preciso praticar mais...

Estudo finalizado.

Agora é apontar todos os lápis para fazer outro desenho, novos estudos, novas descobertas. Eu tenho lido bastante sobre técnicas e práticas de desenho, história da arte e teoria da cor. Estou inspirada para poder praticar as coisas que li. Recomendo esse tipo de leitura a todos!

Até a próxima. o/