quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Vamos ao museu?

Quem nunca ouviu ou então falou aquela frase terrível "quem gosta de coisa velha é museu"? Nós estamos mal acostumados a associar "museu" com "lugar de coisa velha", e esse é um pensamento muito errado que internalizamos. O museu serve para guardar, cuidar e exibir elementos importantes para a cultura de um povo, sejam esses elementos históricos ou atuais. Por isso eles são tão diferentes uns dos outros, e atendem vários segmentos diferentes: arte, moda, história, cultura, música etc.

Isso parece coisa velha pra você?
Museu de Arte Digital de Tóquio.

Cada museu possui um acervo específico, isto é, os objetos de lá só serão encontrados lá. Porém, algumas vezes, as obras de arte podem ser "emprestadas" para exibição em outros locais por um período de tempo. Sendo assim, mesmo que não possamos ir a um museu famoso no exterior, podemos dar a sorte da exposição de lá aparecer em algum museu mais perto de casa.

Exemplo de exposição temporária que fui em 2012, no Museu da Vale, em Vila Velha - ES.

No Brasil há uma incidência maior de museus nas cidades históricas, ligadas diretamente ao desenvolvimento social, político e econômico do país. Em São Paulo, por exemplo, temos o famoso MASP (Museu de Arte de São Paulo), na Av. Paulista; no Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã; Honestino Guimarães, em Brasília; Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais etc etc... Ainda que não tenha tanta divulgação, toda cidade tem pelo menos um museu no qual se é possível investigar, conhecer e apreciar a história e cultura locais!


Mas Nane, não entendo Arte!
Olha, muitas vezes, sem contexto, eu também não. É importante que, mesmo não entendendo de imediato, a gente busque informação sobre aquilo que está sendo visto. A Arte - que é uma forma de expressão cultural e social - muda constantemente e depende de um contexto para ser entendida.

Além disso, a função da arte também mudou. Em cada período da civilização, a arte apresenta uma função. Na pré-história, as pinturas rupestres tinham caráter mágico e representativo; nas civilizações antigas do Egito, Grécia e Roma, eram aliadas à religiosidade e política; na Idade Média, à doutrina Cristã; Renascimento, ainda ligada à Igreja, buscava a representação da perfeição e clássica. Só depois deste período que a arte passou a ser também uma mercadoria, e os artistas, além de artífices, se tornam negociantes de arte.

Sabia que algumas pinturas rupestres, que tem aí mais de 17mil anos, 
só foram descobertas em expedições do século XIX? 

Na Idade Moderna, sobretudo pós invenção da fotografia, a Arte se liberta, perde o caráter de ser a única forma de "registro da vida", e os artistas passam a pesquisar e testar novas técnicas e materiais em suas obras. O avanço da ciência e das tecnologias nesse período foi um dos principais aliados das artes.

Nos períodos pós guerra, tanto Primeira Guerra quanto Segunda Guerra Mundial, a arte se torna uma poderosa ferramenta de crítica social. Grande parte das obras que de cara a gente vê e "não entende" começam nesta fase. Sabe aquelas fotos cheias de indiretas que mandamos pros amigos/parentes/paqueras nas redes sociais? É tipo isso, só que feito de outra forma, e para outras pessoas. rs

Marcel Duchamp e suas obras "readymade" que questionavam a sociedade e a própria arte.
Movimento Dada - período pós Primeira Guerra.

Por isso eu digo, busquem o contexto, pesquisem a história, a geografia, a política, a sociedade, as questões filosóficas que cercavam (e motivavam) os artistas. Outra coisa, arte não é só desenho e pintura. Saiam da tela, apreciem esculturas, performances, músicas, danças, teatro... Arte está em tudo isso! Inspire-se. Frequentar museus te ajuda a entender as coisas.


Nane, no momento não tenho condições de ir no museu...
Seeeeus problemas acabaram! O museu vai até você.
Com a facilidade do mundo digital é possível fazer tour online em vários museus do mundo! Vou deixar alguns links para vocês se divertirem:

Istituto Inhotim (Minas Gerais)

Masp (São Paulo)

Pinacoteca (São Paulo)

Museu do Amanhã (Rio de Janeiro)

Museu do Louvre (Paris, meus amores)

O próprio Google tem um projeto de arte e cultura, no qual você pode pesquisar sobre artistas, movimentos artísticos, período, galerias, obras de arte... Uma infinidade de coisas. E esse projeto tem com parceiros museus do mundo inteiro, então é o banco de dados é bem farto: https://artsandculture.google.com/explore

Fica aqui então meu convite. Se conhece outros links interessantes de tour virtual, compartilhe aqui nos comentários. Conta pra mim sua experiência! ;)

Até a próxima!

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

GELOO e cartela de cor

Estive no Japão mês passado, realizando os sonho da minha vida! Tive oportunidade de conhecer muitas lojas de mangá, museus, e, lógico, lojas de artigos de arte e papelarias. Consegui trazer algumas coisas pra testar aqui ateliê, e hoje vou falar um pouco das canetinhas hidrográficas brushpen da marca GELOO, que ganhei de presente da minha amiga que mora lá.

Canetinhas GELOO

Não existe muita informação sobre essas canetinhas disponível na internet. Fiz uma busca no Google em japonês e encontrei para vender na Amazon Japão. Na embalagem mesmo não tem muita coisa escrita, nem dados do fabricante. Com as descrições da loja Amazon, descobri que são de uma fábrica chinesa, que só produz e distribui, não faz venda. Me senti bem perdida! rs

O meu conjunto tem 60 cores e vem nessa embalagem redonda de papelão compensado, bem resistente. Consta as informações de que são canetas hidrográficas - ou seja, à base de água -, com duas pontas, para utilizar em atividades de colorir, material escolar e escritório, artesanatos do tipo "faça você mesmo", esboços etc. É recomendado tanto para crianças quanto adultos.

Pontas das canetas GELOO

As pontas de pincel são bem parecidas com as dos marcadores Tombow, são arredondadas e de feltro. Precisa ter cuidado com o papel em que vai usar, pois sai muita tinta! Já as pontas finas da outra extremidade são similares às canetas Stabilo. As cores são super bonitas e vivas, mas ao contrário das Tombow, não consegui notar a possibilidade de misturá-las em matizes e degradês.

Sobre o material da tinta em si, acho que o equivalente disponível no mercado brasileiro seriam as canetinhas hidrográficas da Faber Castell ou Compactor, da linha escolar. A diferença mesmo são as pontas e a quantidade de carga. Acredito que as GELOO tenham mais mililitros de tinta.

Cartela de cor - GELOO

As canetas não têm sequer indicação dos códigos das cores. Fiz uma cartela de cor por conta própria e etiquetei a tampa de todas elas por meio de um sistema que fazia sentido pra mim. Geralmente os materiais de desenho possuem esse código, e facilita bastante no caso de reposição depois.

Você pode fazer suas próprias cartelas de cor dos materiais que tem em casa. Mesmo os que já possuem código podem ser catalogados para que você saiba exatamente qual é qual, e qual a verdadeira cor deles, uma vez que as cores das tampas da caneta nem sempre fazem jus à cor do pigmento delas. 

Fiz um modelo de tabela igual a que usei para as GELOO para você imprimir, se quiser. O formato é A5, dá para imprimir duas em um papel A4. Tem 60 espaços, e no topo você pode colocar o nome do material e a quantidade total de cores dele. É só clicar na imagem abaixo e salvar.

Tabela vazia para fazer a sua cartela de cor.

Testei as canetas colorindo uma fanart que fiz da minha personagem favorita da série de mangá e anime My Hero Academia - a Tsuyu Asui. Esse anime conta a história de uma escola para formar super-heróis, e cada aluno possui uma individualidade (habilidade especial), e a dessa personagem é basicamente ser um sapo.

Processo de colorização com GELOO - Tsuyu Asui

A cobertura da tinta é boa e a secagem é bem rápida. Se a área para cobrir for grande, vai ficar um pouco manchado. Pra deixar uniforme é preciso esperar secar e cobrir novamente. Não dá pra fazer sobreposições e misturas, mas a quantidade de cores da caixa possibilita brincadeiras com tonalidades próximas.

Resultado do desenho, usando canetinhas GELOO

Além da cartela de cores, fiz uma tabela com as cores que usaria no desenho. Quanto mais opções temos, mais perdidos ficamos, certo? Por isso selecionei 18 cores para compor todos os itens. Segui referência da paleta da Asui na internet para fazer essa seleção. Fazer isso antes de colorir ajuda muito a não errar, pois já crio uma imagem do desenho pronto na cabeça.

A conclusão que cheguei foi que conseguimos efeitos muito parecidos com canetinhas comuns. A vantagem da ponta pincel é poder cobrir uma área maior em menos tempo e dar efeito de variação de espessura da linha com mais facilidade. Gostei bastante do presente! Farei muitos desenhos e exercícios de lettering, com certeza!

Curtiu? Deixe um comentário e vamos trocar ideia.
Até a próxima!