Uma das minhas práticas favoritas é buscar referência de ilustração na web, principalmente de coisas que não sei fazer. Numa dessas "caças", eu, com vontade de usar minhas goivas pra alguma coisa, achei no Behance o portfólio do Atelier Sentô cheio de exemplos lindos de gravura em placa de vinil. Fiquei completamente inspirada e providenciei alguns desenhos e material necessário para desenvolver um estudo pessoal.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4w_4vjuEKwq5W3SSn7duiINPPC3WoYxr_Weok7rdZwu_5zBU35rBIvA5X-pTRkXIl40O-XPKo3a1zunSP4Em6sAaVBgBAkz8THeq1ePFfcddaEDluc67qC9M2a2PYwcx5IT-suY4crmU/s1600/borracha-1.png)
Redesenhei a imagem escolhida em um pedaço maior de papel e, com ajuda da mesa de luz, obtive o negativo do desenho. Em outras palavras, desenhei espelhado. rs Depois, transferi para uma placa de emborrachado EVA "riscando" o verso do papel com as parte abaulada de uma caneta. Segue abaixo a sequência das etapas.
Processo de transferência do papel para a borracha
Começo e fim da "escavação"
Resultado
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8-QnVPB0CYo8zXmkscHA0VGnrJ54S_NEM0HBGrY4YWfXq2odZiN34zrN_q9OFTOI1fuPIfD0kVozBlmJuXkyaeX9F3SHAc4kPB4QlLj_SxbsHDMdGAHbLQpi6D9nzlv9pRjpx3Dgam4A/s1600/borracha-2.png)
O tipo de borracha utilizada no Atelier Sentô é placa de vinil, o mesmo material que se usa para confeccionar as borrachas macias que usamos pra desenho. No meu caso, o suporte foi EVA, que apesar de ser borracha também, tem características muito diferentes. o EVA é macio e poroso, o que dificulta a escavação com as goivas.
Um objeto quente de metal - como equipamentos de solda - é capaz de sulcar melhor o EVA com derretimento; ou então, vivendo menos perigosamente, podemos utilizar pontas duras de lápis ou canetas esferográficas por exemplo para pontilhar a área que queremos em baixo relevo. Eu não tenho material de solda, nem paciência para fazer pontinhos, então fui cabeça dura e insisti nas goivas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8aiCkubLC5Mt-dd-Ph0n3H3igOxa8DVXaNnLyVGdU4Bw-4ArkfrDcs3eWIvir1UYdN3Pk9PQYQuS3PtUzk8zyg3alEtfGlmLeZfopdZpLM6B2GukrubECKwqW-efKXBvQvXlah_pdDGQ/s640/borracha-3.png)
No dia que estava trabalhando nisso, também não tinha a tinta ideal para gravura (geralmente se usa uma tinta mais oleosa ou acrílica), então fui com guache mesmo e adivinha! Ficou muito aquém do que esperava. Huahau. Valeu a experiência, mas ficou feio... muito feio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjadgv41OHBGt6Hbd4JMyMsoPBxca3pJYib9lmoYUrxfddEeudiLW1HDeG4yoV52kCa1IVlMW5jtzinS3RW2dBc9fYramoEtNXag60zIvBLv9jKDF0nrF-J29Tu4Fvw84hs5xM6RmOcI1I/s1600/borracha-4.png)
A grande sacada dessa forma de impressão é entender como funciona e como planejar a imagem que será reproduzida. Toda a área que não for receber tinta deve ser sulcada. A matriz de reprodução é, na verdade, o negativo da imagem esperada. É um exercício muito bom para a cabeça e para desenvolvimento da criatividade, porque enquanto tendemos complicar as coisas querendo fazer desenhos cada vez mais complexos, para gravuras precisamos é de simplicidade.
Embora não obtendo o resultado querido, o processo me fez muito bem. =)
Até a próxima!