sábado, 29 de março de 2014

Primeira página do sketchbook

Passei a semana inteira tentando pensar num desenho "perfeito" para a primeira página do novo sketchbook, mas cheguei a conclusão de que perfeição não existe, que era melhor parar de ficar descartando ideias e desenhar a próxima coisa que me viesse à cabeça.

No meio da semana, folheando um periódico sobre propaganda no trabalho, vi uma peça publicitária com uma modelo muito bonita, numa pose legal. Na hora que vi, pensei: "Essa pose daria um estudo interessante..." e, aproveitando o tempinho da hora do almoço, catei o sketchbook pra desenhar. A modelo virou uma dançarina de dança do ventre.

Usei marcadores Tombow - ponta dupla - pra colorir.

A modelo do anúncio cedeu apenas a pose, pois o cabelo e as roupas foram tiradas das minhas poucas lembranças do figurino da novela O Clone, das apresentações de dança que já assisti, e da Jeannie (genia interpretada por Barbara Eden na série de TV Jeannie é um Gênio). rs

Tinha mais ou menos em mente, antes de fazer o primeiro desenho, que gostaria muito de usar uma paleta que aproveitasse o tom do papel do meu caderninho. Então, em casa, separei as seguintes cores:

Referências: N00, N95, 912, 992, 933, 835, 873, 850, e o amarelo que não tá na foto 062.

Quando trabalho com marcadores a base de água, costumo passar nanquim depois de colorir o desenho, para evitar que a linha preta do contorno fique borrada, ou que o pigmento escuro manche a ponta de feltro do marcador. Mas assim, isso é frescura minha, tá? Não é regra.

A finalização do desenho foi feita com caneta nanquim, caneta gel branca para picos de luz, e caneta gel dourada nos detalhes da roupa.

Desenho finalizado

Esse papel que usei no caderninho aguentou muito bem o uso de marcadores aguados. A tinta entrou na fibra, mas por causa da elevada gramatura (que não sei qual é), não chegou a vazar pelo outro lado. Fiquei muito contente com o resultado da primeira página, e acredito que fui feliz na escolha das cores. \o/

Fico por aqui.
Até a próxima! o/

segunda-feira, 24 de março de 2014

Fiz um sketchbook

Já tinha um tempinho que eu tava com vontade de fazer um sketchbook costurado. Acho que esses caderninhos são o sonho de consumo de todo mundo que desenha, e a vantagem dos "homemade" é poder escolher formato e papel, além de economizar uma grana.

A preguiça e a falta de grana foram dois fatores que me fizeram adiar bastante o projeto, mas depois que li os posts da Suco (aqui) e da Débora (aqui) - que também fizeram os próprios sketchbooks -, me senti mais empolgada e determinada pra arriscar brincar de costureira.

Materiais:
- Papel de sua preferência (eu usei vergê, gramatura bem alta);
- Papel paraná (é o nome desse papelão grosso que vem atrás dos blocos de papel);
- Agulha grossa;
- Linha (use preferencialmente aquela que é encerada);
- Tesoura sem ponta (porque eu atraio acidentes);
- Régua e esquadro;
- Lápis e borracha;
- Cola e papel de presente (foi o que usei pra encapar).

Materiais para confecção de sketchbook

Segui o este tutorial em vídeo usado pela Suco, que é super fácil para quem tem destreza com trabalhos manuais. Confesso que apanhei um pouco pra conseguir costurar e furei o dedo duas vezes, mas no fim deu tudo certo (tirando os arremates que eu esqueci de fazer na hora de costurar a capa).

Resultado:
O formato final do meu sketchbook ficou 12,5cm x 14cm, com 30 folhas (60 páginas) divididas em 5 cadernos. Não calculei o gasto total que tive ao fazer, mas se fosse colocar na ponta do lápis, ficaria na casa dos 7 reais. Existem algumas papelarias especializadas em vendas de material para scrapbook, e nesses lugares a gente acha um monte de ferramenta útil pra encadernação.

As placas de papel paraná foram encapadas antes de costurar os cadernos. 

Como pode ser visto nas imagens abaixo, a costura feita na lombada permite abertura muito ampla do caderno (passa até dos 180°), o que facilita muito a vida na hora de desenhar.

Sketchbook aberto no início e mais para o meio.

Tô aqui morrendo de vontade de fazer o primeiro desenho no sketchbook novo! Eu deveria era terminar aquele samurai do post anterior, né, que comecei na semana passada... No próximo Cappuccino eu conto o que aconteceu. Enquanto isso, se tiver oportunidade e alguns minutos de folga, costure um caderninho também. ;)

Até a próxima! o/

domingo, 16 de março de 2014

Ano do cavalo 1/2

Como aprendemos no desenho animado do Jackie Chan, o horóscopo chinês possui 12 signos representados por animais, e cada ano corresponde a um bichinho. Não sei se foi porque saí do meu inferno astral chinês (ano passado foi ano da cobra) ou se finalmente acertei a posição das patinhas dos maneki neko, só sei que as coisas estão caminhando muito bem pra mim até neste novo ano, regido pelo cavalo.

"Umubukaifeiditao.... umubukaifeiditao..."

Passei a fazer parte da galera que trabalha fora de casa, com carteira assinada, horários definidos, e dindim no fim do mês! \o/ Ainda alimento meu sonho de seguir carreira acadêmica, mas também preciso adquirir experiência de mercado e garantir o mangá das crianças no fim do mês. Em função disso, minhas horas dedicadas ao desenho no caráter de diversão diminuiu, porque todo dia chego em casa desesperada por um banho e sagradas 8h de sono.

Desenhar no meu cantinho o dia inteiro é uma prática que está fazendo falta, e que vou precisar dar um jeito de solucionar. Em primeiro momento, quando tive uma ideia bem legal pra desenho no começo da semana, tentei diluir o processo criativo e de desenvolvimento nos vários dias seguintes - o que para mim foi mais um teste de paciência e perseverança, pois sou uma pessoa bastante ansiosa.

Processo criativo
A ideia para o desenho veio de um cartão postal de felicitações pelo novo ano que recebi em janeiro. A pessoa que me enviou o postal é chamada de "samurai" pelos amigos, e ao pensar nisso, me veio à cabeça a imagem de um samurai montado em um cavalo. Pesquisei uma lista gigante de imagens antigas de samurais e imagens de cavalos antes de correr pra mesa e rafiar isto:

Está vendo o samurai montado em seu cavalo?
(11/03/2014)

Quando terminei essa primeira parte, olhei no relógio e já estava na minha hora de dormir. =T A parte de detalhes do desenho ficou para o dia seguinte, após jornada de trabalho. Como achei a experiência de desenhar em doses homeopáticas interessante, resolvi datar o processo e preservar cada etapa em uma prancha diferente.

Agora sim, né?
(12/03/2014)

No dia seguinte, peguei um papel diferente, abri novamente minhas imagens de referência e trabalhei nos detalhes do samurai, além de elaborar uma possível paisagem. Nesta etapa também fui pensando nas possibilidades de materiais pra coloração, no tipo de substrato (papel) final, e nos desdobramentos que a ilustração poderia ter depois de pronta. E assim lá se foi minha 1h reservada para criação pessoal.

Bem melhor!
(14/03/2014)

Dois dias depois consegui ter um tempinho livre para passar nanquim, pensar nos detalhes que seriam resolvidos depois com cor, nos efeitos prévios que poderiam ser dados com nanquim mesmo... E aí ficou por isso mesmo. Ainda não tive condições de sentar pra definir paleta e colorir. Me agradou muito ver a versão em preto e branco, e talvez eu até trabalhe melhor o desenho nesse estilo.

Espero conseguir finalizar nesta semana, para poder postar o resultado no próximo Cappuccino. Mesmo tendo sido um super teste de paciência, a parte proveitosa da experiência foi ter justamente um respiro entre as etapas para corrigir os erros que muitas vezes cometemos com "olhar viciado". Isto é, às vezes já estamos tanto tempo olhando a mesma coisa, que o erro passa despercebido. Se a gente parar um pouco, ocupar a cabeça com outra coisa, e depois voltar, conseguimos visualizar melhor o que está estranho.

Bom, vou encerrar por aqui porque já está na hora de dormir. xD
Até a próxima! o/

quarta-feira, 5 de março de 2014

Quarta-feira de cinzas

Carnaval acabou, algumas pessoas já foram trabalhar hoje, outras ficaram em casa para acompanhar as notas das Escolas de Samba, e eu passei um pedaço da tarde de hoje desenhando, inspirada na possibilidade de fazer um trocadilho com a data de hoje.

Quarta-feira de cinzas... literalmente!

Para o estudo, utilizei tons de cinza de marcadores e de lápis de cor - ou seja, exercitei minha criatividade em função do material escolhido para o trabalho. Algumas pessoas acham que esse tipo de coisa pode (definir material antes do desenho) "limitar" a criatividade, mas eu prefiro acreditar que o verbo mais adequado seja "exercitar".

A primeira coisa que fiz depois de pensar na proposta, foi buscar na mente o que eu tinha de repertório para a cor cinza. Isto é, o que vem a minha cabeça quando penso na palavra "cinza". Pensei várias coisas, e deixei o pensamento criar conexões livremente: poluição, fumaça, prédios, cinzas de cigarro, cabelo grisalho, meu casaco de frio.... e aí, este casaco de frio cinza me fez lembrar de um gorro cinza com pelinhos que comprei no mesmo dia, e o gorro cinza me lembrou outro casaco estilo esquimó que nunca usei; pensar em esquimó me lembrou gelo, e o gelo me fez pensar em lobos cinzas... Conclusão:

Desenhei um lobo cinza e uma esquimó.

Em seguida, criei uma paleta de tons de cinza dos materiais sobre o papel que queria usar para finalizar o desenho. Optei por aquele papel com textura de tela que mostrei no post sobre pastel oleoso

Curiosidades na paleta: (*) é a cor que a Magic-Color vende como "Pele";
3.1 e 3.2 são a mesma cor (CG3), adquiridas em estojos diferentes.

Fiz duas cópias em A5 do rascunho, e em uma delas apliquei algumas cores para ter ideia de como ficaria o desenho final depois de colorido. A outra cópia eu reservei para usar mais tarde na mesa de luz.

Teste de escala de cinza.

O resultado do teste de escala foi importante para que eu voltasse atrás em algumas decisões. Apesar de ter usado apenas tons de cinzas, nas suas variações de quentes e frios, achei o desenho muito "colorido". Tendo em mente o que precisava ser corrigido para ficar mais equilibrado, corri pro abraço!

Versão final do lobo cinza e esquimó.

Bom, o que eu tiro disso tudo? 1 - Limitação de material não é necessariamente uma coisa ruim, em momento algum me senti criativamente limitada, muito pelo contrário, serviu de estímulo para pensar em algo que fosse legal e que se adaptasse bem à proposta. 2 - Acabei exercitando o desenho de animais, prática esta que considero bastante difícil. 3 - Apostei numa temática inédita pra mim (nunca tinha desenhado uma esquimó antes). 4 - Preciso repor alguns marcadores que estão secando.

Este post acabou quebrando um pouco do colorido carnavalesco dos desenhos anteriores, né? Mas valeu a pena o estudo com tons de cinza! Gostei do resultado.

Até a próxima!! o/

sábado, 1 de março de 2014

Gender Bender

Em diversas cidades, durante o feriado de Carnaval, existe bloco de rua em que os homens se vestem de mulher, e as mulheres, por sua vez, se vestem de homem. O que sempre me chamou atenção nesses "eventos" foi o fato de ninguém se esmerar muito na fantasia... Quer dizer, os homens fantasiados de mulher continuam parecendo homens e, por mais que as mulheres tenham um cuidado maior ao se vestirem de homens, nunca fica "natural"! Ou seja, as versões caricatas ficam tão bizarras, que a diversão acaba girando em torno disso mesmo.

A brincadeira de troca de gênero (gender bender) tá sendo bem comum em alguns episódios especiais de desenhos animados e séries, apesar de não ser novidade. Os próprios fãs fazem desenhos dos personagens assim, e ficam muito interessantes as soluções dadas. Levando em consideração a dificuldade de mudar o gênero de uma personagem pensando na construção da personalidade em outro corpo, e influenciada pelo clima de Carnaval, aceitei o desafio (proposto por mim mesma) de me desenhar na versão menino. xD

Esse seria o Nane! rs

Algumas pessoas que viram o desenho antes que eu postasse aqui, disseram que está parecido com o meu irmão mais novo. Por que será, heim? Claro que existe uma semelhança entre nós dois, mas se está parecido a ponto de confundir, é porque a minha personalidade não ficou tão presente no desenho. =T

Na tentativa de resolver isso e deixar "o" Nane mais a minha cara, mudei a cor da camisa e fiz desenhos mais alegres e com mais movimento....

Tá mais bobo alegre agora, né?

No estudo acima usei basicamente nanquim e marcadores, detalhes de sombra com lápis de cor, e picos de luz com caneta gel branca. A primeira tentativa está no meu bloco azul, e a segunda fiz em papel reciclado de gramatura baixa (por isso ficou enrugado onde tem nanquim).

Achei a experiência legal e reflexiva! Precisei pensar muito no "quem sou eu" para tentar me desconstruir e depois reconstruir de um novo jeito. Heheheh! O estudo não precisa parar por aqui e posso, posteriormente, trabalhar estilos diferentes, arriscar novas poses e novas combinações de cores... Mas isso renderia mais um monte de Cappuccino.

Já fez algo assim alguma vez? É um desafio divertido!
Bom feriado e até a volta! o/