segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Cartões de Natal

O ano está quase no fim e faltam poucos dias para o Natal! \o/ Então, neste espírito, trouxe aqui hoje alguns cartões natalinos que fiz especialmente para você como forma de agradecimento por todo o apoio ao meu trabalho ao longo deste ano tão complicado. 💙🙏

Cartões de Natal do Cappuccino.

São quatro modelinhos de cartão que você pode imprimir em papel A4, recortar, colorir e caprichar na mensagem para entregar ou enviar pra quem lhe é especial.

Cartão fechado / Cartão aberto.

Cada cartãozinho, depois de recortado e dobrado, possui mais ou menos 7cm de largura por 9cm de altura, dando um espaço interno total de aproximadamente 14cm de largura para escrever sua mensagem. Dependendo das especificações da sua impressora, esses valores podem variar um pouco. A minha impressão, por exemplo, foi ajustada e ficou um pouco reduzida. 


Como são desenhos só em linhas, você pode colorir da forma que quiser, com o material que tiver em casa. Estou colorindo os meus com lápis de cor escolar. Se tiver um papel mais resistente disponível aí, colorir com canetinhas ou marcadores pode ser uma opção também!

Para fazer o download do PDF com os cartões, é só clicar na imagem abaixo:


Sei que passar as festas de fim de ano desta vez não será algo possível para muitas famílias, mas espero que o amor alcance todos, independente da distância.

Desejo a todos muita saúde, felicidade, realizações, e que possamos estar juntos novamente em 2021. Bom fim de ano! o/

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Aquarela - retrato da Isabella Fiorentino

Olá, arteiros!
Fiquei bastante tempo afastada da aquarela. Na verdade, afastada de desenhar qualquer coisa com qualquer material. A rotina de trabalhos com direção de arte (tem "arte" no nome, mas não tem relação com ilustração) ficou mais intensa e a nas horas vagas só quero dormir pra recuperar as energias. Mas eis que neste domingo, a vontade e disposição para desenhar bateu mais forte e consegui ter ânimo para brincar novamente com minhas aquarelas.

Retirar a fita adesiva das bordas da pintura é terapêutico. XD

Usei como base uma foto publicada no Instagram da modelo Isabella Fiorentino para este estudo. Os materiais foram aquarela em pastilha, pincel com reservatório de água, e sketchbook com papel próprio para técnicas aguadas. Depois que a tinta secou bem, fiz linhas e texturas com lápis de cor, e pontos de luz com caneta gel branca. Para deixar essas bordas bem retinhas, delimitei o papel com fita adesiva antes de pintar.

Retrato finalizado.

O resultado foi uma arte de 10cm de largura e 14cm de altura... quase um postal. Apesar de ter gostado de como ficou, acredito que ainda preciso melhorar. =P

Boa semana e até a próxima! o/

sábado, 21 de novembro de 2020

Q&A #1 - Perguntas sobre Arte e Design

Olá!
Publiquei no Instagram um box de perguntas sobre Arte e Design para serem respondidas aqui no Cappuccino, e vou começar agradecendo pela participação de vocês. Foi uma experiência nova, despretensiosa, e divertida. Obrigada, de coração! Fiquei muito feliz. \o/



Vamos às respostas?

1) Quero saber sobre suas primeiras tirinhas.
Tentei buscar na memória a primeira, mas numa vida toda desenhando, foi difícil achar. Eu lembro que durante o ensino fundamental eu fazia tirinhas, de forma bem amadora, sobre meus amigos da escola e dávamos boas risadas juntos. Já as tirinhas feitas com "conhecimento na área" foram feitas como projeto para a disciplina de Histórias em Quadrinhos.


Ao todo foram 4 historinhas, que podem ser lidas na aba de tirinhas do blog da disciplina, juntamente com as tirinhas dos demais colegas de turma.

2) Prefere começar um novo logo no papel ou no computador?
Papel!!! Qualquer projeto gráfico que consigo fazer "do meu jeito" começa no papel, usando ferramentas rudimentares chamadas lápis, borracha, régua, compasso... rs. Só depois que tenho a ideia pronta é que levo para finalizar digitalmente. Coloquei aspas, pois nem sempre o ambiente em que somos inseridos e os prazos aos quais somos submetidos permitem que seja feito desta forma.



O símbolo do logotipo da Semana de Engenharia da Ufes foi resultado de um brainstorm feito com jogo de palavras e papel colorido recortado em formas de peças do tangram, e que depois virou uma dobradura de papel. Os clientes ficaram surpresos ao verem um protótipo do símbolo se desdobrar, literalmente, diante dos olhos durante a apresentação.

3) Vc prefere trabalhar com ideias fixas ou gosta de 100% liberdade criativa?
Depende muito do projeto. Como designer, prefiro trabalhar com um direcionamento mínimo para criações de qualquer tipo, e por isso sempre faço um documento de briefing com clientes. Quando eles me dão 100% de liberdade (raríssimas vezes, diga-se de passagem), a pressão psicológica bate forte e a chance de ter retrabalho é muito alta. Nestas situações procuro fazer pelo menos um alinhamento de expectativas. Mas se o 100% criativa for referente à metodologia de trabalho, então tudo bem. Trabalhar 100% de acordo com meu processo criativo é perfeito.

Acredito que nosso dever de designer seja propor soluções para uma situação que nos é apresentada. De que forma exercitaremos a criatividade se não houver desafios para superar? 

4) Pra você, qual é o limite entre referência e cópia?
Acredito que sua pergunta seja relacionada à ilustração, então vou responder partindo desse pressuposto para responder. Para mim, cópia é a reprodução fiel de algo que já existe, e portanto, propriedade intelectual de outra pessoa. Quando se tem consciência disso, e usa a cópia para estudar ou exercitar alguma habilidade, beleza. Já copiei muito Turma da Mônica e Dragon Ball nessa vida... Mas se você reproduz algo de alguém e assina como sendo de autoria sua, é plágio. E plágio é crime.

Referências são estilos ou modelos de trabalho que você usa para se orientar até chegar em sua própria solução. Um exemplo: a estética das gravuras japonesas (ukiyo-e) foram referências usadas por artistas do Art Nouveau em seus trabalhos. E, usei como referência o estilo do Art Nouveau para desenvolver o estudo abaixo de ilustração com maquiagem:

Clique na imagem acima para ler postagem do blog sobre o assunto.

5) O que você diria que são seus pontos fortes e fracos com arte?
De ponto forte eu acredito que seja meu processo criativo, sempre iniciado com estudos e pesquisas. Isso me ajuda a desenvolver soluções mais bem-estruturadas e com argumentos sólidos para defesa. Tenho interesse em vários estilos diferentes e sei usar materiais diversos... pode ser mais um ponto positivo também.

Ponto fraco: desenho digital. Gostaria de melhorar isso, então estudo sempre que dá.

6) Como foi começar a trabalhar com isso?
A primeira vez que recebi algo em troca por um desenho foi na escola. Fiz um desenho da banda Gorillaz pra um amigo e ele me deu um lápis maciço de grafite para retribuir o favor. Não esperava por isso e lembro que na época me senti mal, como se estivesse em débito com ele! Guardo o lápis até hoje.

Trabalhar como designer/ilustradora é um contínuo processo de adaptação e aprendizado. Amo muito a profissão e me emociono quando lembro do caminho pra chegar até aqui.

Meu primeiro "pagamento".

Uma grande dificuldade é conseguir impor essa atividade como profissão, já que muitas pessoas não levam a sério o que fazemos - por acharem que estamos nos divertindo, e não "trabalhando". É normal pensarem que trabalhar com desenho é uma atividade extremamente prazerosa para nós, artistas. Mas nem sempre é assim. 

Atualmente estabeleci 3 regrinhas básicas para discernir o que é entretenimento e o que é prestação de serviço: a) se desenho ou faço um projeto para outra pessoa, é trabalho; b) se desenho ou faço um projeto pra mim mesma, mas com objetivo de aperfeiçoamento profissional, é trabalho; c) se desenho ou faço um projeto pra mim mesma, buscando passar o tempo e me distrair, é lazer.

"Agora não posso, estou trabalhando!" - foi uma frase muito poderosa, mas que só recentemente aprendi a dizer livre de culpa.

Já acabou?
Ahhhhh.... Achei tão legal! Foi bom pra vocês também? Espero que o relato da minha experiência tenha ajudado de alguma forma. Gostaria de saber as respostas que dariam para essas perguntas também. Deixa aqui nos comentários para continuarmos conversando. ;)

Até a próxima! o/

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

15 segundinhos

Senta aqui, vamos falar sobre imediatismo.

Sabe aqueles vídeos curtinhos que estão na moda agora? Esses nos quais as etapas de um processo vão aparecendo a cada estalar de dedos. Maquiagem, desenho, montagem de algum produto, receitas... são vários os vídeos nesse estilo. Então! Eles me fizeram refletir sobre como o trabalho criativo pode - sem querer, é claro -, ser interpretado de forma equivocada.

Culturalmente, o estalar de dedos é um gesto mágico que confere "poder" ao ilusionista para transformar uma coisa em outra, ou a um gênio atender um desejo imediatamente. E foi pensando nisso enquanto assistia a lindos vídeos de estalar dedos que cheguei à conclusão: "desculpa, mas comigo isso não funciona".


Nem todo mundo que interagiu com o vídeo entendeu a minha crítica, óbvio. Eu quis dizer que o nosso trabalho (de designer ou ilustrador) é muito mais complexo do que um estalar de dedos e deve ser respeitado. Meu processo criativo nem sempre vai ser fácil e nem sempre vai ser rápido. Um bom resultado vem após muito estudo, esforço e tempo. Até mesmo os vídeos curtinhos de 15 segundos levam horas para ficarem prontos!

É essa falsa sensação de simplicidade que faz com que nos sabotemos cada vez mais, achando que somos incompetentes por não conseguirmos postar ilustrações todos os dias igual "fulano", ou porque não temos tantos seguidores quanto "beltrano"... Vale a pena cair nessa furada de comparações esdruxulas? 

Precisamos ter tempo, pois o que fazemos não é simples. Respeite o seu ritmo, o seu corpo, as suas limitações. Tudo bem se demorar um pouquinho. Não mate o artista dentro de você.

Precisando conversar, estou aqui. Beijos no coração.
Até a próxima! o/

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Meus OCs

As personagens originais (também conhecidos pela sigla OC, que vem do inglês, original character) são personagens que TODOS... absolutamente TODOS os desenhistas fazem em algum momento da vida, seja profissionalmente ou apenas por diversão. Muitas vezes um personagem original pode dar origem a uma história original, rendendo séries de quadrinhos, filmes ou desenhos animados. Homem Aranha, Goku, e Irmão do Jorel tiveram que ser inventados um dia, né?

Quando eu era criança, sempre que lia um gibi ou assistia um desenho animado, tentava me imaginar fazendo parte daquela narrativa. Inúmeras vezes me imaginei brincando com a Mônica e Cebolinha no Bairro do Limoeiro, ou capturando Pokemon com Ash e seus amigos. Foi assim, querendo me inserir nas histórias -, que comecei a materializar no papel meus primeiros personagens, e com o passar do tempo, ganhei confiança para criar universos próprios. 

Meus OCs
Fuçando arquivos antigos, achei 3 personagens que criei enquanto frequentava o curso de Design na Ufes. Fiz um resumo da origem de cada um nas imagens a seguir:

Acúleo, 2007 - o menino planta!

Kijima, 2013 - um oni (monstro da cultura japonesa) que joga futebol.

Pólipo, 2014 - um "sereio". 

Apesar de tê-los criado há alguns anos, acabei não tocando pra frente os projetos que os envolviam. Aí pensei cá com meus botões: "será que ainda consigo desenhá-los"? E foi aí que passei o final de semana empenhadíssima nesse desafio para trazer o resultado pro blog.

Página do sketchbook com os personagens rascunhados.

Esbocei eles num caderninho tentando lembrar a história de cada um: 

1) Acúleo é um menino planta que foi encontrado na floresta por um biólogo. Faz fotossíntese, tem a pele verde, tem um pouco de medo de vegetarianos, não possui muitos amigos na escola por ser diferente, se interessa por química orgânica, e solta brotos pelo corpo quando pega muita chuva... O nome dele veio do nome do espinho da rosa.

2) Kijima é um oni, sua pele é bem vermelha e tem dois chifrinhos no topo da cabeça. Joga futebol e faz a linha do garoto esportista, buscando superar seu limites e habilidades. Odeia comidas geladas (sorvete nem pensar), mas no fundo tem um bom coração e se apaixona facilmente... um clássico herói de mangá shounen!

3) Pólipo... de todos os 3, ainda é o mais raso. Um pouco humano, um pouco peixe, um pouco cnidário (filo dos animais tipo anêmona, água-viva, medusa etc). Excelente nadador, tem medo de humanos, entende os animais marinhos e se alimenta de plânctons. Sua cabeça abriga peixes-palhaços, que muitas vezes o tira do sério.

Redesenhando meus OCs depois de anos...
Elaborei uma composição com eles interagindo/posando para uma "foto".

Esboço dos personagens.

Para finalizar, usei nanquim nas linhas de contorno e marcadores à base de álcool de várias marcas diferentes. Antes de começar a pintura, fiz um guia com a paleta de cor para cada personagem. Desta forma eu ficaria com menos medo de colorir.

Registrei parte do processo da ilustração em um vídeo:

Vídeo curtinho em timelapse. 

E o resultado foi este:

OCs coloridos.

Gostei muito de fazer essa ilustra porque já faz bastante tempo que não desenho algo "pra mim" em mídia tradicional. Serviu para observar também o que eu já esqueci como se faz e o que eu preciso melhorar daqui pra frente rs.

Conclusão sobre criação de personagens:
Criar um personagem é uma tarefa complexa. Não é só desenhar bonito e achar que tá bom. Além da aparência, precisamos desenvolver também os contextos nos quais ele será inserido. E isso se aplica tanto para OCs quanto para Mascotes, galera.

O que achou deste post? Você alguma vez já criou um personagem original? Me conta nos comentários.

Até a próxima o/

sábado, 31 de outubro de 2020

Feliz Dia das Bruxas!

Hoje é Dia das Bruxas, uma das datas comemorativas que mais gosto no ano!

Mesmo com a pandemia, o condomínio onde eu moro permitiu que neste ano as crianças passassem de porta em porta para pegar doces, desde que seguissem todos os protocolos de segurança e higiene. Então, para não cortar o barato da data e minimizar o contato direto, resolvi fazer um porta-doces em forma de morcego para deixar do lado de fora de casa.
Dando forma ao morcego de papelão.


Usei basicamente caixa de papelão, cola, tesoura, tinta preta e um pouquinho de paciência. Também recortei tiras de papel de revista e colei um a um em volta da caixa para produzir uma textura diferenciada no corpinho do morcego.

Morceguinho pronto!

Queria muito ter visto a reação das crianças a essa minha invenção de moda. Ano passado, me vesti de bruxa e entreguei os pacotinhos de doces um a um, respondendo um monte de perguntas dos curiosos. Infelizmente desta vez o único retorno que tive foi ouvir o barulho das mãozinhas pegando os pacotes de biscoito na boca do monstro do lado de fora da porta.

A imaginação e a criatividade são capacidades fundamentais que desenvolvemos na infância e que nos ajuda a solucionar problemas quando viramos adultos. Gosto de poder trazer esse tipo de exercício pros pequenos que estão ao meu redor, e dar a possibilidade de uma caixa de papelão virar o que eles quiserem!

Bônus
Além disso, tive uma grande surpresa ao ver versões do meu morcego nos traços de amigos ilustradores. Não sei expressar o quanto me deixou feliz!!! Muito obrigada pelo apoio.


Ver essa foto no Instagram

Hoje tem Halloween.

Uma publicação compartilhada por ThiagoEgg (@thiagoegg) em



Feliz Dia das Bruxas!
...e até a próxima.

domingo, 18 de outubro de 2020

3 dicas para melhorar sua lineart

Olá, colega desenhista!
Se tem uma coisa que deixa qualquer pessoa chateada é quando a linha de contorno do desenho - lineart - sai toda tremida. A gente capricha no esboço, mas na hora de fazer a arte-final, a caneta nanquim se transforma numa fera indomável! Quem aqui já passou por isso?

Linha uniforme e contínua versus linha segmentada

Pois é. Hoje vou deixar aqui dicas e exercícios para ajudá-los a melhorar essa questão. Não encarem como regras a serem seguidas, afinal, estou apenas compartilhando alguns truques que me ajudaram a desenvolver um traçado mais firme e uniforme no contorno dos meus desenhos.

1) Seu braço é um compasso
Como assim?! rs Calma, explico: nosso braço é dividido em várias articulações, sendo as principais o ombro, o cotovelo e o punho. O movimento que fazemos com cada articulação dessa influencia diretamente no resultado do desenho. 

Riscando uma curva mexendo apenas o eixo do punho.

Para desenhos pequenos, movemos livremente os dedos e o punho. Note na imagem acima que a abertura de ângulo que conseguimos ao mover é bastante limitada, porém suficiente para riscar traços firmes e curtos. Para desenhos em formatos um pouco maiores, o ideal é usarmos cotovelo e ombro. Observe na imagem abaixo a linha contínua que consegui fazer movendo o braço todo, apoiado no eixo do cotovelo.

Usando o cotovelo como eixo, podemos chegar numa linha contínua com abertura de quase 180º!

Preencher um papel com diferentes tamanhos de círculos é um ótimo exercício para perceber como o seu braço pode te ajudar a ganhar confiança. É importante que façamos alongamento e aquecimento dessas áreas antes e depois de desenhar.

2) Entenda o material que está sendo usado
Uma caneta nanquim é diferente de um pincel, que é diferente de um lápis, que é diferente de uma caneta pra dispositivos digitais. O peso, a composição, a carga, a pressão exercida, ângulo da ponta e até mesmo o atrito com a superfície interferem no resultado do seu traço.

Minha folha de teste de materiais de desenho.

Criei uma tabela de teste para catalogar os materiais que tenho, mas mesmo assim, mantive o hábito de experimentar as coisas num pedacinho de papel antes de usar. Vai que a carga de uma caneta acaba no início de um projeto importante! Já pensou?!

3) Prática!
Desde cozinhar até falar um idioma, se você não praticar, não vai melhorar. Com desenho, arte-final e colorização é a mesma coisa.

Sei que às vezes bate uma preguiça de pensar num desenho legal pra só treinar arte-final. Ou então a gente fica pensando "poxa, não quero cagar estragar esse desenho!" e aí vai acumulando zilhões de esboços numa pastinha... Pensando nisso, reuni alguns rascunhos meus para que você possa exercitar arte-final, seja no digital ou imprimindo pra finalizar com nanquim. Se der ruim, faz de novo e de novo até dar certo.

Clique na imagem acima para fazer download do PDF com os desenhos.

Eu vou super aceitar se você me enviar seus rascunhos também, viu? Inclusive, já fiz isso algumas vezes com minha amiga Joy. Gosto dessa troca e a gente vai poder ir acompanhando o desenvolvimento um do outro pelo Instagram. É só me marcar na postagem!

Me conta nos comentários se esse post foi útil.
Bons estudos, e até a próxima! o/

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Camera Obscura

Quem me acompanha no Instagram deve ter visto os stories sobre a experiência com a câmara escura no final de semana.


Camera obscura é um termo em latim que significa "quarto escuro" ou "caixa escura", um sistema antigo de projeção de imagens que funciona igual aos nossos olhos e que mais tarde evoluiu para o surgimento da câmera fotográfica. A luz entra por um pequeno furo feito na caixa, e se projeta na parede interna oposta ao furo. Como a propagação da luz se dá de forma linear, a imagem é gerada espelhada e de cabeça pra baixo.



Há registros de que essa ferramenta já era conhecida no mundo antigo (séc IV a. C.) para estudar astronomia. A imagem a seguir é um desenho de Gemma Frisius (um médico, astrônomo, cartógrafo, matemátio e tudo o mais que a renascença permitia ser), do ano de 1544, mostrando aplicação do conceito para observação de eclipse.



Reza a lenda de que muitos artistas também a utilizaram como recurso auxiliar para desenhos através dos séculos, e que os modelos "compactos" começaram a surgir em meados do século XVII, durante o Renascimento. 



Podemos achar registros sobre aplicação das técnicas de projeção de imagens nos cadernos de Leozinho (Leonardo da Vinci), e nas pesquisas feitas sobre a arte do pintor holandês Johannes Vermeer, conhecido por "pintar com a luz", e cujas obras possuem aspecto de fotografias coloridas.




A suposição sobre o uso da camera obscura pelos grandes mestres da pintura gera bastante polêmica, pois algumas pessoas consideram tal prática como um tipo de trapaça, diminuindo a genialidade dos artistas daquela época; enquanto outras pessoas apreciam o uso desta tecnologia como ferramenta de auxílio para composição - uma vez que a tal genialidade dos mestres pintores engloba outros fatores e conhecimentos técnicos.

No vídeo abaixo podemos ver uma câmara escura construída no século passado em São Franscisco, CA, e em funcionamento até hoje. Com a entrada de luz posta em um teto giratório, as pessoas conseguem visualizar a imagem panorâmica 360º da praia projetada sobre uma superfície dentro da sala.

O vídeo está em inglês, mas independe do idioma para entender o fenômeno.

Tecnologia e arte sempre andaram de braços dados. A cada nova descoberta, uma revolução artística! Foi assim quando descobriram as leis da perspectiva; o surgimento do plástico influenciando diretamente na fabricação de tintas mais acessíveis; a fotografia deixou a pintura livre e movimentos artísticos surgiram a partir disso; os computadores possibilitaram que desenhos fossem feitos sem a necessidade de uma mídia física... e por aí vai.

Agora me diz, qual a sua opinião sobre a câmara escura? 
Deixa aqui nos comentários.

Até a próxima o/ 
---
MAIS MATERIAIS SOBRE CAMERA ESCURA:
Documentário Tim's Vermeer, 2013 
Outro documentário Vermeer: master of light (em inglês)

sábado, 26 de setembro de 2020

DIY - Fiz um quadro branco

Oi, galera bonita desse blog!
Percebi que precisava de um quadro branco quando me dei conta de que estava gastando muito papel para anotar informações temporárias. Uma lista de tarefas aqui, planejamento de um processo criativo ali... Anotava tudo em uma folha de papel, que ao fim do dia acabava indo pra lixeira, quando eu poderia ter usado esse monte de papel pra desenhar. Chato, né? Precisamos economizar e cuidar do planeta.


Bom, primeiramente pesquisei preços de quadro branco, pois achava que seria um investimento bacana pra casa e tal. Os preços variam de acordo com fabricante e tamanho, e fiquei bem desanimada em ter que desembolsar uma grana quando eu tinha materiais suficientes em casa pra fazer um com custo zero. Vou mostrar passo a passo pra você:


A gente SEMPRE tem em casa uma moldura de quadro ou um porta-retratos sem uso. Você vai precisar dela, de qualquer tinta branca, e de um rolinho ou pincel. Usei tinta PVA, mas pode ser qualquer uma dessas para artesanato ou até mesmo guache escolar.


Desmontei a moldura e separei o painel de fundo para pintá-lo de branco. É muito importante que você jamaaaaais pinte o vidro, pois se futuramente quiser reverter o porta-retratos para função original, vai ser tranquilo. Inclusive, se não quiser pintar o suporte, pode apenas colocar um papel em branco no lugar que ficaria a foto.

ALGUNS CUIDADOS:
É importante que sejam usadas canetas próprias para quadro branco, pois é mais fácil de limpar. O resíduo desse tipo de caneta solta facilmente da superfície quando o solvente seca, enquanto outros tipos de marcadores mancham o vidro - e aí vai ser preciso usar solventes mais abrasivos para limpeza.


Os marcadores pra quadro são bem baratinhos, em média uns R$5 a unidade, dependendo da marca. Devo ter pago mais ou menos uns R$20 nesse conjuntinho da Bic que vem 4 cores + apagador. E nessa brincadeira toda foi o único valor gasto pra ter 2 quadros brancos em casa.

BÔNUS:
Fiz alguns templates para facilitar a organização de algumas tarefas. Um deles é próprio para planejamento semanal, e o outro é uma grade de pontinhos que serve para qualquer coisa! Basta colocar como fundo da moldura, e riscar por cima do vidro.


Vou disponibilizá-los abaixo para download gratuito em PDF para que você possa imprimir e usar no seu quadro branco também, se quiser. Estão nas versões azul e cinza, na proporção dos formatos de papel do grupo A (A5, A4, A3).


Espero que tenham gostado!
Se fizerem um quadro branco também, deixem um comentário aqui no blog e me marquem nas redes sociais (@nanechan_) para que eu possa ver e compartilhar o trabalho de vocês, combinado? 

Até a próxima! o/

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Desenho botânico

Olá, galera! Tudo joia?
No post de hoje vou falar um pouquinho sobre minha relação com o desenho botânico, um motivo que veio ganhando muito destaque recentemente entre artistas e ilustradores, mas que já existe e é praticado há vários séculos.

A humanidade sempre se relacionou com a natureza ao longo de sua existência, mas só a partir do Renascimento que os artistas puderam olhar para ela de forma mais científica. Nessa época, entender a natureza de maneira aprofundada permitia ao artista representá-la com fidedignidade.

Desenhos botânicos do artista renascentista Albrecht Dürer, século XVI.

Chamamos de Botânica a ciência que estuda o Reino das Plantas, e o desenho é um elemento fundamental para o desenvolvimento desse estudo. Neste contexto, podemos classificar grosseiramente as ilustrações botânicas em dois tipos: científicas e artísticas. 

Silvia Cordeiro // Marie Burke
Ilustrações botânicas com propósitos diferentes.

As ilustrações botânicas científicas são direcionadas aos conteúdos instrucionais e didáticos, pois precisam seguir metodicamente a estrutura de uma planta como ela realmente é. Costumamos ver esse tipo de desenho em livros de Biologia, catálogos, publicações especiais, enciclopédias etc. Já as ilustrações artísticas tem liberdade absoluta em relação à técnica, ao uso de materiais, simplificação de formas, abstração, criação de elementos, e por aí vai.

No meu caso, reproduzir qualquer um dos tipos citados acima me tira da zona de conforto. Desenhar plantinha não é o meu forte, mas quis trazer pro blog alguns estudos que fiz nesta semana.


Passamos por um feriadão e fiquei com vontade de desenhar e estudar alguma coisa. Pensei no quanto precisava me aventurar por desenhos botânicos e lembrei deste perfil bem legal do Instagram com fotos lindas de orquídeas, para dar uma ajuda com referências.

O primeiro desenho que fiz foi este aqui:

Imagem de referência X Desenho com lápis de cor.

Usei lápis de cor da linha Super Soft da Faber Castell sobre papel preto Fabriano neste estudo. Apesar de destoar bastante da foto, achei bem legal o exercício e tentei aproveitar ao máximo o processo como um topo. Até mesmo para desenvolver mais a experiência com o lápis de cor.

O gosto pela coisa acabou me levando para um segundo estudo, o qual registrei algumas etapas para mostrar melhor aqui no blog: 

Imagem de referência X Início do desenho.

Como estava desenhando em um papel escuro, optei por fazer o risco/esboço com lápis giz na cor branca. O pigmento do giz não gruda permanentemente no papel e fica mais fácil apagar sem danificar sua fibra. Grafite também funciona, porém ao apagar algum erro, a borracha pode manchar a impressão colorida do papel, deixando algumas áreas opacas e esmaecidas.

Etapas e colorização do desenho.

À medida em que eu fui passando o lápis de cor, o giz branco foi saindo. Tentei evitar linhas de contorno na flor, deixando a passagem de cores o mais natural possível. Observar a planta e pensar na sua estrutura facilita muito na hora de desenhar e estabelecer os pontos de luz e sombra.

Resultado do segundo estudo.

Desenho finalizado, com gostinho de quero mais. O processo todo me exigiu paciência e muita concentração, o que não foi fácil... mas também não foi impossível. Fiquei satisfeita com o resultado mesmo não sendo 100% perfeito. Afinal, perfeiçãããão só vem com a prática, né?

Agora me conta, qual tipo de ilustração te tiraria da zona de conforto?
Até a próxima! o/

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Fanart - Zelda Breath of the Wild

Ei, gente! Tudo legal?
Falei recentemente aqui sobre os apps gratuitos para desenho digital que utilizo no meu dia a dia, e hoje vou mostrar o passo a passo de uma ilustração que fiz no Autodesk Sketchbook, que de todos eles, foi o que eu mais curti. 



A ilustra é, na verdade, uma fanart de Link e Zelda no jogo Breath of the Wild; e eu costumo dizer por aqui que a melhor forma de se praticar desenho é desenhando personagens que você gosta. No meu caso, quis treinar velocidade no desenho digital.


Mood board

Uma coisa que eu tenho usado bastante antes de criar uma ilustração é o tal do mood board - ou quadro com referências. A complexidade desse quadro pode variar de acordo com cada projeto, é nele que coloco todas as ideias e referências visuais que vão me auxiliar no desenrolar do trabalho. Na imagem abaixo está o quadro simplificado que usei para a fanart deste post:



Da esquerda para a direita vemos duas artes originais de divulgação do jogo Zelda Breath of the Wild, e uma foto de casal dançando na cozinha que tirei de um banco de imagens. Falando nisso, adoro caçar referências de poses e gestual em banco de imagen, revistas, álbuns de família... Qualquer dia escrevo melhor sobre isso, me cobrem.


Etapas do desenho

Neste desenho fiz dois rascunhos, e geralmente essa é a quantidade mínima de desenhos que faço na etapa de esboço: uma mais livre e bagunçada para deixar fluir a ideia no "papel", e uma outra, chamada de "desenho limpo", com mais detalhes e linhas definitivas, que servem de base para a arte-final. 

Na primeira etapa de esboço me preocupei com a estrutura do desenho, distribuição dos personagens no espaço, elementos auxiliares. Ou seja, a composição. Comparativamente, podemos dizer que o esboço menos elaborado se relaciona mais à referência do casal dançando do que às referências dos personagens do jogo. Já o segundo esboço, quando a estrutura está definida, foi hora de adicionar os elementos que caracterizam as personagens e deixar tudo no esquema pra finalizar.


Arte-finalização e colorização são os processo finais e, às vezes, os mais demorados. Principalmente no desenho digital, quando se tem uma infinidade de ferramentas, materiais e tintas simuladas para usar. Justamente nessas partes que eu gostaria de ganhar mais velocidade. =P 


Por fim...
Estou compartilhando esse e outros estudos lá meu perfil do Instagram. Se tiver umas dicas para me dar, ficarei muito feliz. Assim a gente vai se ajudando!

Até a próxima! o/ 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Tucano com tinta guache

Oi, oi! Como estão?

Em abril fiz um estudo com guache, mas só agora consegui sentar no computador com calma e descrevê-lo pra vocês.

Num típico dia de bloqueio criativo, fuçando os materiais de desenho procurando por inspiração, encontrei dois objetos: um lápis adornado com um tucano de biscuit; e curvas francesas (um gabarito de curvas irregulares, arabescos). Juntei as duas coisas e obtive um desenho bem orgânico!

A fluidez do desenho me agradou bastante e achei que cores vibrantes poderiam levantar ainda mais o astral dele. Fazia muito tempo que não mexia nas minhas tintas guaches, e como elas apresentam pigmentação bem forte, não pensei duas vezes. 

Usei basicamente cores primárias e secundárias, e senti dificuldade na diluição da tinta em água - o papel até enrugou um pouquinho em algumas áreas. O acabamento foi feito depois da tinta secar completamente, usando lápis de cor super macios.

O desenho foi postado no meu Instagram, mas achei que valeria a pena explicar o processo criativo com mais detalhes, e quem sabe, motivá-los a experimentar esse exercício de criatividade.

Vou tentar repetir a dose qualquer hora dessas. Me conta o que achou!

Abraço, até a próxima! o/