sábado, 21 de novembro de 2020

Q&A #1 - Perguntas sobre Arte e Design

Olá!
Publiquei no Instagram um box de perguntas sobre Arte e Design para serem respondidas aqui no Cappuccino, e vou começar agradecendo pela participação de vocês. Foi uma experiência nova, despretensiosa, e divertida. Obrigada, de coração! Fiquei muito feliz. \o/



Vamos às respostas?

1) Quero saber sobre suas primeiras tirinhas.
Tentei buscar na memória a primeira, mas numa vida toda desenhando, foi difícil achar. Eu lembro que durante o ensino fundamental eu fazia tirinhas, de forma bem amadora, sobre meus amigos da escola e dávamos boas risadas juntos. Já as tirinhas feitas com "conhecimento na área" foram feitas como projeto para a disciplina de Histórias em Quadrinhos.


Ao todo foram 4 historinhas, que podem ser lidas na aba de tirinhas do blog da disciplina, juntamente com as tirinhas dos demais colegas de turma.

2) Prefere começar um novo logo no papel ou no computador?
Papel!!! Qualquer projeto gráfico que consigo fazer "do meu jeito" começa no papel, usando ferramentas rudimentares chamadas lápis, borracha, régua, compasso... rs. Só depois que tenho a ideia pronta é que levo para finalizar digitalmente. Coloquei aspas, pois nem sempre o ambiente em que somos inseridos e os prazos aos quais somos submetidos permitem que seja feito desta forma.



O símbolo do logotipo da Semana de Engenharia da Ufes foi resultado de um brainstorm feito com jogo de palavras e papel colorido recortado em formas de peças do tangram, e que depois virou uma dobradura de papel. Os clientes ficaram surpresos ao verem um protótipo do símbolo se desdobrar, literalmente, diante dos olhos durante a apresentação.

3) Vc prefere trabalhar com ideias fixas ou gosta de 100% liberdade criativa?
Depende muito do projeto. Como designer, prefiro trabalhar com um direcionamento mínimo para criações de qualquer tipo, e por isso sempre faço um documento de briefing com clientes. Quando eles me dão 100% de liberdade (raríssimas vezes, diga-se de passagem), a pressão psicológica bate forte e a chance de ter retrabalho é muito alta. Nestas situações procuro fazer pelo menos um alinhamento de expectativas. Mas se o 100% criativa for referente à metodologia de trabalho, então tudo bem. Trabalhar 100% de acordo com meu processo criativo é perfeito.

Acredito que nosso dever de designer seja propor soluções para uma situação que nos é apresentada. De que forma exercitaremos a criatividade se não houver desafios para superar? 

4) Pra você, qual é o limite entre referência e cópia?
Acredito que sua pergunta seja relacionada à ilustração, então vou responder partindo desse pressuposto para responder. Para mim, cópia é a reprodução fiel de algo que já existe, e portanto, propriedade intelectual de outra pessoa. Quando se tem consciência disso, e usa a cópia para estudar ou exercitar alguma habilidade, beleza. Já copiei muito Turma da Mônica e Dragon Ball nessa vida... Mas se você reproduz algo de alguém e assina como sendo de autoria sua, é plágio. E plágio é crime.

Referências são estilos ou modelos de trabalho que você usa para se orientar até chegar em sua própria solução. Um exemplo: a estética das gravuras japonesas (ukiyo-e) foram referências usadas por artistas do Art Nouveau em seus trabalhos. E, usei como referência o estilo do Art Nouveau para desenvolver o estudo abaixo de ilustração com maquiagem:

Clique na imagem acima para ler postagem do blog sobre o assunto.

5) O que você diria que são seus pontos fortes e fracos com arte?
De ponto forte eu acredito que seja meu processo criativo, sempre iniciado com estudos e pesquisas. Isso me ajuda a desenvolver soluções mais bem-estruturadas e com argumentos sólidos para defesa. Tenho interesse em vários estilos diferentes e sei usar materiais diversos... pode ser mais um ponto positivo também.

Ponto fraco: desenho digital. Gostaria de melhorar isso, então estudo sempre que dá.

6) Como foi começar a trabalhar com isso?
A primeira vez que recebi algo em troca por um desenho foi na escola. Fiz um desenho da banda Gorillaz pra um amigo e ele me deu um lápis maciço de grafite para retribuir o favor. Não esperava por isso e lembro que na época me senti mal, como se estivesse em débito com ele! Guardo o lápis até hoje.

Trabalhar como designer/ilustradora é um contínuo processo de adaptação e aprendizado. Amo muito a profissão e me emociono quando lembro do caminho pra chegar até aqui.

Meu primeiro "pagamento".

Uma grande dificuldade é conseguir impor essa atividade como profissão, já que muitas pessoas não levam a sério o que fazemos - por acharem que estamos nos divertindo, e não "trabalhando". É normal pensarem que trabalhar com desenho é uma atividade extremamente prazerosa para nós, artistas. Mas nem sempre é assim. 

Atualmente estabeleci 3 regrinhas básicas para discernir o que é entretenimento e o que é prestação de serviço: a) se desenho ou faço um projeto para outra pessoa, é trabalho; b) se desenho ou faço um projeto pra mim mesma, mas com objetivo de aperfeiçoamento profissional, é trabalho; c) se desenho ou faço um projeto pra mim mesma, buscando passar o tempo e me distrair, é lazer.

"Agora não posso, estou trabalhando!" - foi uma frase muito poderosa, mas que só recentemente aprendi a dizer livre de culpa.

Já acabou?
Ahhhhh.... Achei tão legal! Foi bom pra vocês também? Espero que o relato da minha experiência tenha ajudado de alguma forma. Gostaria de saber as respostas que dariam para essas perguntas também. Deixa aqui nos comentários para continuarmos conversando. ;)

Até a próxima! o/

4 comentários:

  1. Sasuga sasuga! Adorei. Próxima mando mais perguntas hehe 😆

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  2. Adorei a ideia do post Nane!!! Também sou como vc, preciso de papel e borracha para começar qualquer coisa de design.

    Seu primeiro "pagamento", me lembrou o meu e me deu até vontade de fazer um post sobre isso. Na época, recebi R$ 5,00 e reinvesti em materiais, claro. Época boa em que lápis de cor barato, uns marcadores e cartolina eram o máximo para mim.

    Abraços!!!

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    1. Bons tempos, né? Dava pra comprar muitas coisas com poucos reais naquela época. Também convertia meus ganhos em papelaria. rs Faça um post, por favor. Quero saber tudo!

      Abração, Mateus!

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