quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Desenho de pote - superando o bloqueio criativo

Sabe aquele dia que a gente acorda inspirado, com vontade de tirar todos os materiais possíveis de desenho de dentro das gavetas pra fazer algo incrível, mas fica trezentas mil horas olhando pro papel em branco decidindo o que vai desenhar e no final não rabisca nada? Bloqueio criativo que fala, né? Pois bem, seus probleeeeemas acabaaaram!!! Minha amiga Débora (Imaginei Ilustrei) me apresentou uma técnica de sorteio ótima: o desenho de pote.

Funciona assim: você escreve algumas palavras em tirinhas de papel, depois organiza por categorias e as divide em potinhos. Por exemplo, o potinho de "personagens" seria alimentado com palavras como princesa, ogro, fada, bombeiro; o potinho de "objetos" poderia ter tesoura, cadeira, lâmpada, picolé; e um terceiro potinho de "ações" como fazer compra, cozinhar, cantar, estudar etc; Daí você sorteia uma palavra de cada potinho e faz um desenho com o resultado, que poderia ser "bombeiro, lâmpada, cozinhar". Será que consegui explicar?

Nossa ideia, a princípio, era arrumar uns potinhos mesmo, e colocar neles as mesmas palavras para o desafio ficar "justo". Mas a afobação foi tanta para começar a brincadeira, que acabamos usando uma planilha compartilhada para organizar as palavras e sorteá-las online.

Nossos "potinhos" - planilha em andamento


A dinâmica de embaralhar e escolher uma palavra ficou por conta do site Sorteador. Já que cada categoria possui números relacionado às palavras, foi só preencher os campos de sorteio do site e começar a diversão. O meu ficou assim: Característica 1; Personalidade 3; Personagem 15; Elemento adicional 22 = alto, zangado, pizzaiolo, com um aquário.

Rascunhos do pizzaiolo.

Fiz um monte de rascunhos até chegar numa possível solução combinando as palavras que sorteei. Foi um processo difícil, mas muito legal pra exercitar criatividade. Houve muita troca de ideia e de fotos, pois estávamos super empolgadas.

Rascunho limpo.

Depois de definir o rascunho, geralmente eu faço a limpeza dele. Isto é, apago aquele monte de rabisqueira doida e deixo as linhas mais certas possível para poder arte-finalizar o desenho. Quando o desenho precisa ser feito em um papel especial, uso mesa de luz nesse processo.

Comparativos - rascunho sujo e rascunho limpo.

Desenho base resolvido, hora de finalizar. Optei por trabalhar as linhas em nanquim e colorir com marcadores que ainda tenho funcionando.

Desenho em preto e branco x desenho colorido.

Ao colorir, fui adicionando elementos gráficos que reforçassem as características que o desenho deveria ter, como linhas verticais e ângulos fortes para marcar altura e zanga. Por fim, trabalhei nos detalhes de fundo e ajustei espessura da linha de contorno em alguns pontos.

Desenho finalizado.

Não sei ainda qual vai ser a frequência desses desafios de desenho, pois vai depender bastante da nossa disponibilidade de horas para fazê-lo, mas já estou aguardando o próximo. A experiência foi bem divertida e foi uma oportunidade de usar o material de desenho que estava parado.

Sinta-se à vontade para embarcar nessa conosco! É só criar quantas categorias de potes quiser e abastecê-los com palavras para sortear, e postar nas redes sociais usando a hashtag #desenhodepote pra gente te achar.

Fico por aqui!
Até a próxima. o/

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Manifesto para 2020

"A origem da arte e o surgimento da linguagem ainda é algo considerado impreciso, porém, desde seus primórdios, na Pré-História, os seres humanos tentam representar o mundo por meio de representações pictóricas.(ROCHA, 2018)"

Caros leitores, o fragmento de texto acima está no meu trabalho de conclusão da pós graduação em História da Arte, que fiz em 2018. Naquela época, entusiasmada, busquei me aprofundar cada vez mais no meu universo de trabalho - a arte -, na esperança de conseguir propagar com mais qualidade meus conhecimentos nessa área.

Apesar da minha formação em design gráfico e considerar-me mais "projetista" do que de fato uma "artista", reconheço que sem o contato com a arte, não só minha profissão perderia o sentido, como também minha própria existência. Explico: nós, humanos, talvez nos diferenciamos dos outros seres não por sermos inteligentes, "pensantes", ou comunicativos, e sim por sermos imaginativos, criativos. 

Como expressar o que sentimos e o que experimentamos, de forma que o outros indivíduos de nossa sociedade consigam perceber, sentir e compreender o que guardamos dentro de nós? Algumas sensações e sentimentos são inexplicáveis apenas com uso de palavras. Ás vezes é uma melodia que nos emociona, é uma dança que nos faz sorrir, manchas de tinta numa tela que nos causam estranheza e busca por seu significado... A arte, sem dúvida, é uma ferramenta perfeita para comunicação do abstrato, do não objetivo, do intangível; ou até mesmo do óbvio, do exato, e do concreto.

No ano de 2019 me deparei com barbaridades sendo ditas e sendo tomadas em relação às artes e à valorização cultural, principalmente no Brasil. Falou-se sobre corte de investimentos para produções artísticas, houve vandalismo a obras de arte, incêndios em patrimônios históricos, e o retorno da terrível censura. Não foi um ano fácil, sobretudo emocionalmente, e espero de coração que possamos nos recuperar de todos esses sustos para seguir adiante com nossa produção.

Manifestações artísticas nos fazem quem somos. Cantar, dançar, desenhar, colorir, escrever, atuar - o ser humano precisa da criatividade, precisa da imaginação, precisa do senso crítico, precisa se expressar e evoluir. Do contrário, estaremos fadados novamente ao sufocamento pelo medo, pela ignorância e pela crença limitada na escuridão das cavernas.

Que 2020 seja um ano de luz, em todos os sentidos da palavra.
Um ótimo ano a todos!
Até a próxima. o/