quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Tipos de gravuras

Tenho visitado a cidade de São Paulo algumas vezes, sempre de maneira corrida, no estilo bate-e-volta, mas algo que tento fazer sempre que vou é visitar pelo menos algum centro cultural. Da última vez que estive lá, passei no Itaú Cultural, localizado na Av. Paulista, e trouxe lembrancinhas:

Meus lindos catálogos/Lembrança de viagem (?)

Todo centro cultural oferece, de forma gratuita, catálogos das exposições que estão acontecendo no momento, guia de acervo, etc. Além disso, alguns outros impressos podem ser disponibilizados gratuitamente. Os três impressos que trouxe são: um catálogo sobre a Ocupação Ilê Aiyê - que conta a história do primeiro bloco afro do Brasil, e um apanhado geral super interessante sobre a cultura negra no país; um livreto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completou 70 anos agora em dezembro; e o catálogo Imagens Impressas, da exposição das gravuras históricas.

Pois bem, foi o catálogo de gravuras que me deu inspiração para o post de hoje, pois vi que nunca falei sobre esse assunto de maneira mais aprofundada. Espero que goste. Vamos lá!

Gravuras
A gravura é uma das formas de reprodução de imagem e texto mais antigas que existe. "Gravura" vem de "gravação", que a grosso modo significa "esculpir" ou "entalhar". O tipo de gravura se define pelo material da matriz de gravação, que pode ser madeira, pedra, metal, borracha, cera...

Xilogravura - "xilo" quer dizer madeira. Portanto, xilografia significa "gravar em madeira" e xilogravura é a gravura feita com matriz de madeira. A precisão dos entalhes varia com o tipo de madeira escolhida para trabalhar, e os desenhos costumam ficar um pouco mais grosseiros em relação a outras técnicas. Para gravar em madeira, geralmente se usam goivas, mas recentemente, pirógrafos também vem sendo usados como ferramenta.

Moça Roubada - xilogravura de J. Borges.

No Brasil, as xilogravuras de maior expressividade fazem parte da cultura nordestina e estão presentes na literatura de cordel.

Litogravura - "lito" significa pedra. Mesma lógica de nomenclatura... Litografia é a gravação em pedra, e litogravura é a imagem resultante da matriz gravada. Por ser um material bem duro, as gravações em pedra são feitas ou com ferramentas de entalhe mais resistentes e de metal, ou com ácidos. No segundo caso, a pedra recebe uma camada de cera ou gordura e o desenho é feito sobre essa camada. Em seguida, se joga um ácido para corroer os espaços da pedra sem proteção.


Um processo beeeem trabalhoso, mas de resultado lindíssimo! O sonho da minha vida é um dia ter um ateliê imenso, cheia de maquinário que me permita usar a técnica que eu quiser. Custa nada sonhar, né? rs

Calcogravura - "calco" em grego significa cobre vermelho. Estamos falando aqui da gravura em metal. As matrizes são gravadas com ferramentas chamadas pontas secas, que são na verdade pontas finas em outros metais duros que servem para riscar o metal mais "macio" e produzir nele o desenho. Também é possível usar corrosivos no metal para gravar.

Calcogravura com água-forte de Carlos Oswald, acervo do Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM

É comum ouvir pessoas mais velhas se referindo à imagens em livros como gravura, e essa nomenclatura vem do processo de impressão de textos e imagens que era feito antigamente. Atualmente as gravuras ganharam um caráter muito mais artístico do que funcional, uma vez que possuímos tecnologias de impressão bem mais rápidas e eficientes para grandes tiragens. Reproduzir imagens se tornou cada vez mais fácil, e é comum termos scanners e impressoras em casa.

O catálogo de gravuras do Itaú Cultural pode ser folheado online. Nele tem mais informações sobre cada tipo de técnica de gravura e seus usos ao longo da história. Fora que apresenta vários exemplos maravilhosos! Vou deixar aqui pra vocês ;)



Já teve alguma experiência com gravura? Já tentei algumas coisas com xilo, mas confesso que não levei à frente. rs Qual a técnica que mais te atrai? Me conta aí, vai...

Até a próxima! o/

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Realizações x desilusões

Minha mão.

Essa é a minha mão do jeito que eu mais gosto de vê-la! Suja com materiais de desenho ou pintura, grafite, carvão, tinta, giz... seja lá com o que for. Com essas mãos sujas eu deixo marcas em tudo que encosto. Quando vejo essas marcas coloridas, sinto no coração a felicidade de quem faz o que gosta; e quando preciso lavar as mãos, um pouco dessa felicidade some também.

Até a próxima.