sábado, 3 de maio de 2025

Sem espaço

Eu ocupo muito espaço e sou constantemente lembrada disso. O principal gatilho é quando preciso arrumar meus materiais de arte - que ultimamente estão sem uso, amontoados num armário desde que mudamos de endereço.

Morávamos em um apartamento com 2 quartos, e um deles eu usava de ateliê. Com a pandemia de 2020, cedi o espaço pro meu esposo, que passou a trabalhar home office. A sala, então, virou o depósito dos meus materiais de desenho, tintas, cavaletes, revistas e livros de arte.

Também ficavam na sala minhas "obras" - se é que podem ser chamadas assim - que se encontram num limbo: ficam entre exercícios para aprender a técnica x objeto sem valor comercial... limbo esse que ocupa alguns m² do espaço físico da minha casa, acumulando poeira; e incomodando.

Agora, com a bebê integrando nossa vida, nos mudamos pra um lugar maior, mas a sensação de não ter um espaço “pra mim” permanece. 

Dia desses organizei algumas revistas de arte… e pow! Lá veio o combo de pensamentos destrutivos. A sensação se repetiu hoje ao entrar numa das minhas papelarias favoritas e pensar que não adiantaria levar nada pra casa.

A minha estante de guardar materiais será vendida. Não combina com a sala nova e não cabe no escritório. A minha mesa de trabalho idem (Inclusive, se você for de São Paulo e tiver interesse em comprar, me manda email). E assim, de pouco em pouco, o que era o meu espaço de trabalho vai se desfazendo.

“Não estou usando mesmo” - penso para me confortar. Realmente, desde que engravidei precisei parar com algumas coisas, sobretudo o que envolvia tintas e solventes. E agora, enquanto amamento, também não posso arriscar.

Sou um ser humano criativo e gosto de estar imersa num ambiente favorável à minha produção artística. Não consigo ficar só num cantinho... Parte de mim grita "arrume mais espaço!" e a outra canta "se desfaça de tudo".

Desfazer é difícil, é parte de mim que sai.
E por várias vezes quase fui.

Mas enfim, eu sinto que ocupo muito espaço. E essa frase se repete ciclicamente na minha mente, e toma conta de mim como se ocupar espaço fosse algo ruim. 

Sinto falta de produzir artisticamente, mas também entendo que a prioridade agora é outra. S2

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

País das Maravilhas

Olá, querides!
Recuperados depois da bombástica notícia de que virei mãe? Espero que sim. Hoje vou escrever um pouquinho sobre a ilustração de Alice no País das Maravilhas, que postei finalizada lá no Instagram esses dias.

Em 2023 fiz uma parceria com Eureka Atelie, lançando uma série de sketchbooks tamanho de bolso com capas feitas por mim. Durante o Inktober daquele ano cheguei a fazer alguns desenhos com nanquim para mostrar a versatilidade do papel escolhido pro produto e tal. Um dos desenhos foi esse da Alice com a Lagarta.


A segunda versão, mostrada ao lado da primeira, foi feita digitalmente simulando aquarela. Não gostei do resultado e arquivei a ideia. Voltaria nela em outro momento, pra tentar resolver melhor. Estava bastante influenciada por postagens do Adilson Farias, e queria eu também fazer uma aquarela à altura. Como não chegava perto, me frustrei e larguei pra lá.

Por alguns anos a ilustração ficou parada na galeria do meu aplicativo de desenho. Toda vez que abria, fingia que não via, e vida seguia. Rsrs. 

Daí num belo dia da semana passada, estava eu com um comichão pra desenhar algum coisa. Aproveitei que minha bebê emendou uma soneca na outra e me joguei na finalização da bendita!



No fim das contas acabei utilizando a mesma linguagem visual das minhas ilustrações mais recentes. Se você for na postagem do Instagram, poderá ver o vídeo em timelapse. É o segundo painel do carrossel.

A referência principal daquela minha primeira versão, em nanquim, foi a ilustração original do livro, feitas por John Tenniel (à esquerda da imagem abaixo).


No fim, mesmo mudando completamente o estilo de finalização, as ilustrações guardaram algumas semelhanças. O que acharam?

Até o próximo post! o/

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Sumiço e 2025 - o que esperar?

Olá, queridos leitores! Como estão?
Há tempos ando sumida deste blog… pois bem, serei curta e direta: tive um bebê. Hahahha!
 


Essa tirinha foi postada originalmente nos stories do Instagram, em agosto, pra fazer o “anúncio formal” sobre a chegada da mais nova integrante da família. Depois, deixei fixado nos destaques, já que por lá eu também ficaria ausente por algum período.

Agora que a neném fez 6 meses, é que estou conseguindo retomar, aos poucos, algumas atividades minhas, como desenhar, ou ler um livro, ou atualizar o blog… Quando não estou dormindo, claro.

O que esperar quando se está esperando para 2025?
Não sei. Minha rotina, agora de mãe, ainda é imprevisível! Cada dia é uma novidade, uma surpresa, um desafio. 

Mas, certamente, continuarei compartilhando minhas experiências artísticas com vocês. Na frequência que for possível.

Espero que 2025 seja um ano de muitas alegrias para vocês também. Um abraço forte, e meu mais sincero obrigado pela companhia de sempre nessa terra de ninguém, chamada internet.

Até a próxima! o/