Vida corrida essa de quem trabalha fora, heim? Às vezes o percurso de ida e volta cansa mais a gente do que a própria demanda de trabalho do dia, e quando finalmente estamos em casa, queremos mais é capotar na cama. Foi praticamente assim que passei o feriadão de Páscoa - capotada. Salve uma hora ou outra que eu acordava pra comer, conversar com familiares, jogar videogame e desenhar.
Mas o assunto de hoje não é bem o que eu fiz ou deixei de fazer no feriado, e sim a catástrofe que aconteceu com meu sketchbook azul: ele molhou e eu perdi vários desenhos. =T Alguns eu até tinha escaneado, mas em baixa qualidade. Por exemplo:
Era assim, bonitão..... e depois de molhar, ficou assim.
E como você conseguiu essa proeza, Nane?
Por pura desatenção. Estava doida pra desenhar no fim da tarde do domingo, daí catei minhas trabalhas e decidi sentar na mesa da cozinha, que tinha melhor claridade na ocasião. Como a mesa estava meio suja com migalhas de pão, acomodei os materiais numa bancada enquanto limpava a mesa. Mas sabe aquelas pedras de granito escuras de bancada de pias de cozinha? Quando estão molhadas, não dá pra perceber de imediato, então imagine a minha surpresa/desespero ao levantar o sketchbook ensopado! Dos males, o menor: era apenas água.
O desenho que mais lamentei ter perdido foi um que fiz em etapas, e nos poucos minutos que sobravam do meu horário de almoço durante a semana, e que ainda não tinha escaneado. Um menino desses que vendiam jornal gritando "Extra! Extra!", que desenhei usando imagem de referência duma revista lá da agência onde trabalho.
As manchas acima são do primeiro desenho deste post,
cuja página entrou em contato direto com a água.
O motivo por eu ter sentido tanto pela perda dele foi pelo trabalho que tive em fazê-lo. Havia uma quantidade muitíssimo limitada de materiais em mãos, de qualidade não muito boa, e o resultado do estudo tinha ficado bom. A mistura dos tons de lápis de cor, o contraste das áreas sombreadas com a cor original do papel... enfim, a composição como um todo tava legal.
Depois que o feriado acabou, tomei coragem pra tentar refazer o desenho em outro sketchbook. Claro que não ficaria exatamente igual, mas achei que eu fosse ter mais facilidade na hora de colorir, porque ainda tinha fresquinho na cabeça as cores usadas, materiais e técnicas.
"Extra! Extra! Nane refez o desenho!"
Usei lápis de cor (desses baratinhos, que a gente sempre ignora na papelaria) para pintar o menino; na camisa usei laranja, azul claro e preto; no suspensório usei marrom e preto; pra pele e cabelo usei amarelo, laranja, marrom e rosa claro; boné e calça preenchi com Tombow preta; para o fundo e as sombras no jornal usei Promarker - cores ice gray 1 e 4.
A conclusão que eu cheguei foi que preciso ser mais cuidadosa.... Mas que nem tudo está perdido! Se você conseguiu fazer um, consegue fazer dois - mesmo que o segundo não seja igual ao primeiro, ele pode ser ainda melhor. Não que eu tenha achado meu segundo resultado melhor que o primeiro, mas com certeza eu consegui fazer o segundo com menos "esforço".
Isso volta naquela nossa discussão de sempre, né? Quanto mais você desenha algo, estuda, testa e experimenta, mais internalizado o processo fica na sua cabeça. Consequentemente, mais "fácil" fica resolver o problema depois, pois já está familiarizado com a solução.
Por hoje é só.
Até a próxima! o/