segunda-feira, 18 de maio de 2020

Trocando as mãos pelos pés

Já notou que as conversas mais malucas que temos como nosso amigos costumam ser a chave das experiências criativas mais divertidas? Foi numa dessas que acabei sendo desafiada a desenhar com os pés por um amigo dos tempos de escola. Lógico que o desafio foi em tom de brincadeira, mas assim... por que não tentar? Achei uma proposta interessante!

Prendi uma folha de papel num suporte de madeira para não escorregar, deixei meu estojo de giz de cera ao alcance dos pés, e me sentei na cadeira para começar a experiência. Escolhi desenhar um amigo em comum, e fui documentando o processo todinho.

Os preparativos para se desenhar com os pés.

Nas primeiras tentativas de riscar o papel, o giz escorregava bastante entre os dedos, principalmente porque estava usando meias, mas aos poucos consegui entender qual era o grau de habilidade de cada pé e quais as posições mais confortáveis. A partir daí, as primeiras linhas (tortas) foram aparecendo.

Etapas do desenho: rascunho e definição de cores.

Me diverti bastante durante o processo, e em determinados momentos sentia que a minha mão - muito mais experiente que meus pés - gostaria de se meter na história. No entanto, não permiti em momento algum que isso acontecesse! Enquanto rabiscava, pensei várias coisas relacionadas ao desenvolvimento psicomotor dos seres humanos. O que os meus pés estavam fazendo no papel muito se assemelhava à maneira com a qual crianças colorem seus primeiros desenhos.

Já sentindo mais confiança, resolvi evidenciar as linhas principais do desenho e trabalhar volume (luz e sombra). O material que escolhi para trabalhar não me permitia apagar linhas erradas ou sobrepor tons de cores diferentes, e isso foi ótimo para exercitar a criatividade em relação a consertar os erros. Estava empenhada para que o desenho ficasse minimamente parecido com o modelo. rs

Evidenciando linhas e trabalhando volume.

Sofri, penei, meu cérebro deu vários nós! Mas nessa altura do campeonato - e com uma noite de descanso entre as etapas - os pés estavam experientes em segurar gizes e em aplicar pressão sobre o papel. O exercício do dia anterior muito ajudou a colorir o restante do desenho. Pensava até em como melhorar o processo "da próxima vez". Pois é! Ó eu achando que vou desenhar com o pé de novo...

Resultado da experiência de desenhar com os pés.

A imagem acima mostra o desenho finalizado. Sei que está longe de ser o desenho mais bonito da vida, e nem esperava que fosse, mas modéstia à parte, fiquei impressionada com o resultado, pois eu duvidava muito de que fosse dar certo. Topar o desafio, além de muita diversão, me trouxe a possibilidade de exercitar (mesmo que pouquinho) habilidades motoras diferentes, afinal, jamais havia usado meus pés para desenhar algo antes. 

Deixando a brincadeira de lado, considero essa experiência um prato cheio para quem procura desenvolver conhecimento corporal e psicomotricidade! Espero ter oportunidade de repeti-la de alguma forma.

Recomendo que experimentem também e me contem o resultado. \o/
Até a próxima!


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Agradecimentos especiais ao Bruno, que me desafiou; ao Cado, de quem peguei foto pra ser meu modelo; e ao Nuno pela caixa de giz de cera (dada em 2006) que uso com carinho.

2 comentários:

  1. Hahaha sensacional.
    Imagino a luta que a não teve de não poder ir lá dar um jeito em alguma coisa rs.
    A Arte é isso. É divertimento, desafio, relaxamento....
    Ao meu ver o retrato está sim perfeito. Não vejo o que precisa ser melhorado. Sem contar o material usado. O giz de cera tão desprezado por alguns está simplesmente maravilhoso
    Parabéns pelo trabalho.

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    Respostas
    1. Obrigada, Silvia!!! Feliz que você gostou do meu estudo. Lidar com o reflexo da mão foi um desafio, viu. Mas ficaram comportadas sobre os joelhos, olhando de longe os amiguinhos desenhando. Me obriguei até a ajeitar os gizes com os próprios pés, para que ficassem cada vez mais independentes. kkkk

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